IBGE aponta que mulheres estão bebendo mais, mas por quê?

 

 

 

IBGE aponta que mulheres estão bebendo mais, mas por quê?

Transtorno psiquiátrico é a doença primária e o alcoolismo a secundária no público feminino; estudo revela que consumo da substância cresceu 4,1% entre as mulheres nos últimos 6 anos

As mulheres brasileiras estão bebendo mais: 17% das entrevistadas durante a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) afirmaram ter bebido uma vez ou mais por semana em 2019. O índice é 4,1 pontos percentuais maior do que era em 2013 (12,9%). O resultado foi divulgado na última semana pelo estudo conduzido pelo IBGE, em convênio com o Ministério da Saúde, que verificou o estado de saúde, os estilos de vida, as doenças crônicas e a saúde bucal da população do Brasil.

Alessandra Diehl, psiquiatra especialista em dependência química e vice-presidente da Associação Brasileira Sobre Estudos de Álcool e Outras Drogas (ABEAD), conta que o alcoolismo e a dependência dessa substância estão crescendo gradativamente nos últimos anos, sobretudo entre o público feminino. “Outros estudos já apontavam esse aumento. Entre 2006 e 2012, o consumo de álcool em binge cresceu de 36% para 49% entre as mulheres e, no mesmo período, as taxas de dependência subiram de 3.38 para 3.63”, relata a especialista.

O fenômeno deste aumento no público feminino revela que historicamente, os problemas relacionados ao consumo de álcool e outras drogas sempre foram mais comuns entre os homens. As mudanças no papel social da mulher nas sociedades têm sido apontadas como uma das possíveis explicações para a diminuição dessa diferença entre os gêneros masculinos e femininos.

A psiquiatra explica que que as mulheres tendem a desenvolver dependência de álcool mais rapidamente em comparação com os homens. Esse fator está relacionado inclusive às características físicas e biológicas do gênero: o menor volume de água corporal nas mulheres interfere na metabolização do álcool no estômago. Além disso, o contato dessa substância com os hormônios femininos (estrógenos e progesteronas) aumenta o dano hepático nesse público.

O efeito telescópico é mais um aspecto que deve ser analisado quando se fala da projeção do consumo de álcool entre as mulheres. Este conceito é utilizado em estudos clínicos para explicar por que elas iniciam tratamento com histórias mais curtas de problemas com álcool do que os homens, mas com sintomas equivalentes. “Mesmo fazendo o uso de álcool em idade mais avançada do que os homens, as mulheres buscam tratamento com a mesma idade. Elas lidam ainda com sentimento de culpa e medo, reforçados pelo estigma social de que a mulher não pode se intoxicar. Enfrentam também de falta de apoio do parceiro para o início de um tratamento e um sistema de saúde carente de serviços especializados, com foco específico nas necessidades desse público. Tudo isso favorece o chamado efeito telescópico”, aponta Alessandra.

Depressão é porta de entrada para o álcool

Outra informação importante é que, nas mulheres, os transtornos psiquiátricos tendem a ser a morbidade primária e a dependência, a secundária, ao contrário dos homens. Ou seja: o consumo de álcool e drogas nas mulheres, geralmente, está associado a transtornos do humor (mania e depressão), de ansiedade (pânico, fobias e transtorno do estresse pós-traumático) e transtorno de personalidade borderline.

Sherydan Luisa de Oliveira, gestora técnica da comunidade terapêutica feminina, Missão Resgate da Paz, na cidade de Goiânia (GO), ressalta que o álcool é encarado por muitas dependentes erroneamente como um ‘bálsamo’, uma poção mágica para aliviar sintomas de estresse. “A depressão é um gatilho para a bebida. Muitas mulheres que buscam apoio na comunidade terapêutica apresentam um quadro de depressão anterior. O alcoolismo pode ser observado uma consequência do problema da saúde mental. A princípio o consumo do álcool era apenas uma forma de relaxamento, que acabou provocando a dependência química, atrelada à depressão”, afirma Sherydan.

Ela diz ainda que as mulheres estão mais suscetíveis aos transtornos psicológicos e psiquiátricos porque se sentem incompreendidas e precisam da escuta, do sentimento de empatia. “Quando alguém se dispõe e ouvi-la e dar atenção a busca pelo tratamento é facilitada. Nesse contexto, os coletivos femininos, que realizam reuniões online durante a pandemia, têm contribuído bastante para aliviar a tensão das mulheres dependentes. Por ser um grupo vocacionado para o olhar para o gênero, aumenta a adesão e permanência desse público. Na rede de apoio elas enxergam na dor da outra a própria dor e conseguem compartilhar emoções e sentimentos, que ajudam a estancar as feridas. Não podemos perder de vista que o alcoolismo está relacionado à depressão e que cuidar da saúde mental é uma forma, também, de olhar para a dependência química”, observa Sherydan.

Na opinião dela, a segunda onda da pandemia da Covid-19 pode aumentar ainda mais a busca pelo álcool como remédio para as angústias enfrentadas pelas mulheres em tempos de Covid-19. “É consenso que elas estão sobrecarregadas, tendo que administrar muitas tarefas, sem recursos. Essa sensação de impotência pode aumentar a frequência de uso e a tolerância ao álcool, que levam à dependência. Por isso, as mulheres devem buscar ajuda psicológica quando surgirem indicativos de depressão como sinais de abatimento, isolamento e intolerância. O caminho é buscar um lugar de escuta, para que se sintam compreendidas. Esse tratamento psicológico pode inibir a gravidade de um quadro depressivo e, consequentemente, o alcoolismo”.

Alessandra Diehl destaca que a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS) carece de modelos de tratamento de baixo custo, baseado em evidência e específicos para o gênero. “O problema começa na falta de identificação, de um diagnóstico e intervenção feita por profissionais da atenção primária à saúde”, acrescenta.

O perfil das dependentes em álcool

De acordo com Alessandra Diehl, as mulheres que sofrem com a dependência química, sobretudo com o alcoolismo, têm determinadas características em comum. Geralmente, são mulheres que começaram a beber em faixa etária precoce; com baixa escolaridade; baixa inserção no mercado de trabalho; enfrentam conflitos intrafamiliares; possuem vínculos afetivos enfraquecidos; sofreram violência ou abuso sexual; e amigos, familiares e companheiros favoreceram o comportamento adictivo.

Além de todos esses fatores de vulnerabilidade, o início do uso do álcool entre mulheres pode ser associado a um mecanismo de enfrentamento da timidez, da ansiedade e de baixa autoestima. “As adolescentes estão ainda sob a influência da mídia, que associa o consumo do álcool e do tabaco ao glamour, à beleza, à riqueza e ao sucesso profissional”, finaliza a psiquiatra.

Onde buscar ajuda on line?

O Coletivo Alcoolismo Feminino (@alcoolismo_feminino) surgiu em meio à quarentena e apoia as mulheres que querem se recuperar da dependência do álcool. Realizam reuniões próprias para grupos de Alcoólicos Anônimos.

 

 

 

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Reta final: como apoiar estudantes afetados pela pandemia

 

 

 

Reta final: como apoiar estudantes afetados pela pandemia

Especialista dá dicas de como os pais e responsáveis podem lidar com os anseios dos alunos no final do ano

Um ano diferente e desafiador em muitos sentidos. A educação mostrou que a capacidade de se adaptar é um dos fatores da área ao longo dos meses. Com a pandemia muitos pais e responsáveis podem estar apreensivos em como lidar com o encerramento do ano letivo e proporcionar bem-estar aos alunos que completam ciclos de passagem, seja de uma série para outra ou no encerramento do Ensino Fundamental e Médio.

Para o psicólogo Pedro Braga Carneiro, do Marista Escolas Sociais, é importante reforçar o diálogo e reconhecer o aprendizado do ano. “Tranquilizar e buscar entender quais são as incertezas, cada criança e adolescente pode passar por esse período de uma maneira, é fundamental incentivar e apontar que, mesmo de um jeito diferente, os aprendizados ao longo ano foram significativos”, afirma

Para os estudantes que estão fechando ciclos no Ensino Fundamental e Médio, a dica é celebrar as conquistas. “Há aprendizados em todas as fases, e os estudantes devem perceber que este momento vivido por eles é também de todo um grupo ou geração e as gerações anteriores também passaram por momentos difíceis. Mesmo não ocorrendo da forma que imaginavam, ainda assim é importante celebrar o momento”, reforça Carneiro.

Ano do desafio e das escolhas

O estudante Felipe Teixeira da Silva, de 17 anos, é aluno do Marista Escola Social Ir. Rui, que atende gratuitamente crianças e adolescentes em Ribeirão Preto (SP), diz que para ele o ano foi diferente do esperado, mas não deixou de ter muito apoio e incentivo. “É um desafio muito diferente do que imaginei estar me preparando para a prova do Enem e os vestibulares a distância durante a pandemia, mas também me trouxe a certeza de que com incentivo, auxílio e diálogo com os professores, podemos sempre seguir em frente” revela.

A escuta e o acompanhamento dos professores também foram fatores considerados por ele na escolha da profissão que pretende seguir. “Sempre gostei de ouvir e conversar com as pessoas e a escola sempre incentivou ao diálogo. Durante este ano, isso cresceu ainda mais dentro de mim.” revela o estudante que vai prestar vestibular para Psicologia e pretende celebrar o fechamento desse ciclo. “Mesmo a distância, e de uma maneira diferente quero agradecer todos os professores que me apoiaram nessa jornada”, reforça.

Para a reta final do ano letivo, o Psicólogo Pedro Braga Carneiro dá dicas de como os pais e responsáveis podem incentivar e acompanhar as crianças e adolescentes

Escuta é fundamental

Mesmo em meio a tantos acontecimentos, mais que falar, é preciso escutar. Oferecer um espaço de diálogo para as crianças e adolescentes comentarem o que estão sentindo e qual a experiência de aprendizados durante o ano. Essa conversa pode mapear os sentimentos dos alunos.

Atividades que promovem o bem-estar

Com a reta final do ano se aproximando, é normal que os estudantes sintam falta de momentos e celebrações com os amigos. Para isso, os familiares podem também realizar momentos dentro de casa que lembrem essa passagem, como atividades de leitura, meditação, preparação de receitas em família, separação de itens para preparação de uma decoração de Natal. Esses são mecanismos que contribuem para o ciclo e bem-estar das crianças e adolescentes.

Atitudes positivas

Diante das dúvidas do processo, ter nos pais e responsáveis uma atitude positiva pode contar muito para as crianças e adolescentes. A valorização de uma tarefa realizada, de uma atividade que ele gostou de fazer, o reconhecimento do empenho e da dedicação também contribuem para a satisfação neste final de ano

Mantenha o vínculo com a escola

Na dúvida em como agir com as crianças e adolescentes, o vínculo com a escola pode auxiliar. Apesar da distância física, o corpo docente está disponível para o diálogo e uma conversa pode auxiliar na melhor abordagem com os alunos em casa.

Celebre as transições

Para os alunos que estão saindo do Ensino Fundamental, ou terminando o Ensino Médio, é importante pontuar que essas marcas temporais são como rituais na vida, e que são importantes para o reconhecimento das mudanças e dos novos papéis. É bom deixar claro que há aprendizados em todas as fases, e não deixar de celebrar da maneira possível e segura esse momento, reconhecendo a conquista do adolescente.

Marista Escolas Sociais

Marista Escolas Sociais atende gratuitamente 7700 crianças, adolescentes e jovens por meio de 20 Escolas Sociais, localizadas em cidades de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Os alunos atendidos nas Escolas Sociais têm acesso a uma educação de qualidade e gratuita que vai desde a educação infantil até o ensino médio, além de projetos educacionais e pedagógicos que acontecem no período contrário às aulas. https://maristaescolassociais.org.br/.

 

 

 

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Mentoria Reversa traz inovação para o dia a dia das empresas

 

 

 

Mentoria Reversa traz inovação para o dia a dia das empresas

*Por Claudio Brito

A Mentoria Reversa é um assunto muito comentado principalmente nas corporações. E um dos benefícios dessa técnica é que ela pode trazer inovações ao dia a dia, porque é um verdadeiro convite para modificar a forma com que colaboradores, e gestores, enxergam o dia a dia do seu trabalho.
Grandes empresas estão fazendo isso no mundo todo, porque é uma forma saudável de se reinventar. E não é só isso. Pode até virar o próprio negócio em um futuro próximo. Quando você faz isso, de certa forma, também está aplicando a Mentoria Reversa.

Vale a pena estar atento a essa tendência. Eu passei a usar esse conceito no nosso grupo empresarial, porque estamos sempre buscando o novo e querendo aperfeiçoar as nossas práticas o que nada mais é do que se reciclar, e se existe um incentivo para toda a equipe participar, como ocorre na mentoria executiva, o resultado pode ser exponencial.

O processo se dá da seguinte forma: imagine o mentor como uma pessoa sênior que, por consequência, tem mais experiência, conhece bastante o mercado, o tema da mentoria e tem vontade de repassar sua experiência para o outro. Do outro lado, tem alguém que está começando, acabou de dar o start na carreira e tem uma grande ambição, quer crescer.

Obviamente, se colocarmos a pessoa que está começando perto de quem tem experiência e conhece a empresa e o negócio, a mais jovem crescerá mais rápido. No entanto, existem alguns dilemas na Mentoria Reversa para resolver. O primeiro é gente.

Não temos tanto mentor nem tanto mentee qualificados. Logo, é preciso definir um pré-requisito, ou seja, fazer uma busca na qual colocaremos detalhes de quem é esse iniciante que procuramos. E, da mesma forma, teremos que criar um perfil de quem fará a orientação.

É óbvio que tentaremos enquadrar pessoas no mentee que tenham perfil de crescimento e que se enquadram no negócio, ou que desejam ser tornar gerente, diretor e até CEO nas grandes empresas, para tocar o negócio para frente.

Pessoas que também gostam de gente, de compartilhar e falar, obviamente, serão ótimos mentores. Então, encontraremos os perfis para que a afinidade aconteça.

O mentee se vê no futuro como o mentor, e o mentor se identifica como ele foi no passado, olhando para o mentee. Quando isso acontece dizemos que deu match. Ou seja, as pessoas se conectaram, e podem evoluir em conjunto. Aí começa haver uma troca.

Imagine uma agenda. Abrimos no mês de abril, que tem quatro semanas. Mentor e mentee se encontrarão toda quinta-feira, pelo menos uma hora por dia, para discutir os temas definidos. Neste momento, traçamos uma orientação para que as pessoas atinjam um objetivo em comum.

Por exemplo, quem está no papel do mentor é um diretor financeiro; no papel de mentee é alguém que está começando. Eles começam a falar de como funciona esse universo, tendências, novidades, medos e desafios. Nesse momento, ambos avaliam um ao outro. Passado esse primeiro instante, eles farão uma reunião final.
Nessa etapa, dentro da Global Mentoring, ocorre o que chamamos de quatro Cs, que são:

Conexão (falamos do match, de como eles se encontram)

Contrato (o que será feito, quais são os objetivos etc)

Condução (a efetividade disso, os encontros, como e quando irão acontecer, será presencial ou on-line)

Conclusão (quando ocorrerão os feedbacks, em que o mentee e o mentor, poderão evoluir)

Enfim, teremos um quadro perfeito de Mentoria Corporativa.

Mas, afinal, o que é Mentoria Reversa?

Na Mentoria Reversa os papéis se invertem. Quem está começando, quer crescer, virar mentor, e quem é sênior e já conhece o negócio, a empresa, vira mentee.

E como acontece? Como é que muda? Simplesmente mudando o tema da empresa.

No início deste artigo, falamos do mundo financeiro. Agora, em vez disso, traremos, por exemplo, as redes sociais, mas pode ser qualquer outro.

No tema redes sociais, a pessoa com experiência é aquela que está começando e tem ambição de crescer. E ela, neste caso, virará mentor e orientará o profissional mais experiente. Quando isso acontece, temos como mentor a pessoa menos experiente, o que chamamos de Mentoria Reversa.

É lógico que existem alguns nós, nem tudo são flores. Mas são contratempos que precisamos resolver quando implantamos um programa de Mentoria Reversa, ou um programa de Mentoria em que existe a Mentoria Reversa.

Por ser menos experiente, pode ser que não tenha tanta paciência e vontade de somar com o mentee, que pode ser uma pessoa muito experiente, mas tem dificuldade no mundo digital. Aí a Mentoria Reversa começa a encontrar alguns problemas.

Pode ser também, e eu já vi acontecer, pessoas seniores com grande bagagem na carreira estarem aptas a trabalhar no digital, porque se identificam e querem aprender. Quando isso acontece, temos as condições ideais para o match ocorrer, e essa relação (os quatro Cs), como um todo, funcionar. Para isso, é preciso que o sênior trabalhe bem com o mentee.

Você pode aplicar esse programa no seu negócio como empreendedor ou como funcionário de uma grande empresa.

Primeiro, olhe os talentos, as pessoas que realmente têm vocação para trabalhar com o digital. Aí você começa a se aproximar para saber mais sobre o dia a dia delas. Quando isso acontece, temos a Mentoria Reversa acontecendo. Trazemos energia nova, e um formato novo, para aplicar no negócio.

Tenho trabalhado muito a reciclagem dentro de nossas imersões, para conhecer novos ambientes de negócio. Já fui a Lisboa, Londres, Vale do Silício, Cambridge. Enfim, a ideia é que você como empresário, consultor, mentor, coach ou empreendedor possa conhecer mais e saber para onde o mundo está indo, e o que você pode trazer de novo para reinventar a forma como conduz o seu trabalho.

Sobre Claudio Brito é mentor de mentores e CEO Global Mentoring Group, um grupo internacional focado na alta performance de mentores, baseado nos Estados Unidos. Especializado em Marketing Digital pela Fecap-SP e em Dinâmica dos Grupos pela SBDG, tem 21 anos de experiência e treinou com mestres como Alexander Osterwalder, Steve Blank e Eric Ries. Além disso, é frequentador assíduo de treinamentos de alto impacto em Babson, Harvard e MIT – Massachusetts Institute of Technology. Para saber mais, acesse https://globalmentoringgroup.com/ ou pelo @ claudiombrito ou @globalmentoringgroup.

 

 

 

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Plágio e Fake News: você verifica a origem do que lê?

 

 

 

Plágio e Fake News: você verifica a origem do que lê?

O plágio consiste em utilizar as palavras, ideias e produção conceitual de outra pessoa sem a devida referência, ou seja, é roubar a produção intelectual de alguém. Portanto, trata-se de um crime federal, categorizado no Art. 184 do Código Penal como um Crime de Violação aos Direitos Autorais.

As fake News – ou notícias falsas – também estão em vias de ser consideradas um ato criminoso, com projeto de lei já aprovado pelo Senado (projeto de lei 2.630/2020). Por definição, as fake news dizem respeito ao compartilhamento de notícias falsas tidas como verdadeiras com diferentes intenções.

Com relação ao plágio, apesar de ser mais discutido no meio acadêmico, é mais comum de ser encontrado também no meio artístico, com cópias de músicas, livros, histórias e estórias. Inclusive, há um termo para o plágio nas redes sociais como o Twitter, Facebook e Instagram chamado kibagem. Uma página ou perfil “kiba” quando utiliza (ou remixa) um meme, uma história, foto ou vídeo como sendo de sua autoria, quando, na verdade, é de outra página ou perfil. A kibagem é muito mais comum do que imaginamos e prejudica aqueles que necessitam das mídias profissionalmente.

Mas qual a relação entre plágio e fake news?

Tanto o plágio quanto as fake news são problemas sociais antigos e se emaranham nas notícias, textos, imagens e leituras que consumimos no cotidiano. São tantas informações nos bombardeando todos os dias que aceitamos aquilo que lemos e passamos para a próxima notícia, muitas vezes sem uma análise ou averiguação do conteúdo. Assim, damos por verdade tanto a notícia quanto a sua origem e autoria, acreditando e compartilhando mentiras ou produções roubadas.

Não é sem razão que os dois problemas citados passaram a ser discutidos no meio jurídico e considerados crimes. As mentiras que rodeiam o plágio e as notícias falsas prejudicam os autores das notícias verdadeiras e das obras originais e, sobretudo, prejudicam nossa leitura de mundo, nosso olhar crítico em relação à sociedade, cultura e política, prejudicam as relações sociais e humanas.

Em tempos de informações vindo em alta velocidade e em grande fluxo, com a notícia a dois ou três cliques de distância, precisamos escolher o que vamos consumir, dar mais valor à qualidade do que à quantidade, buscando verificar se o que estamos lendo é verídico e reconhecendo os verdadeiros autores.

Na Bíblia, como diria o apóstolo João, “conhecereis a verdade e a verdade os libertará” (João, 8:32). A verdade também nos liberta de plágios e notícias falsas em nosso dia a dia como leitores e cidadãos.

Autora: Larissa Priscila Bredow Hilgemberg, especialista em Educação Corporativa e Docência EAD, professora da área de Linguagens Cultural e Corporal do Centro Universitário Internacional Uninter

 

 

 

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"A amizade e suas manifestações psicológicas", por Andréa Ladislau, doutora em psicanálise

 

 

 

"A amizade e suas manifestações psicológicas", por Andréa Ladislau, doutora em psicanálise

Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração....

Assim falava a canção que se tornou um hino à amizade e é pano de fundo para lindas histórias de carinho entre amigos ao longo da vida.

Somos seres desejantes e sociáveis - e, por esta razão, vivemos nossas vidas conectados com todo mundo. Se queremos entender como o cérebro humano funciona, temos que compreender como os cérebros funcionam juntos — como uma mente molda a outra. Desta forma, somos levados a refletir sobre os benefícios que uma amizade pode trazer para nossa saúde mental.

Sorrir, dividir sentimentos e pensamentos podem trazer alívio e satisfação, principalmente porque diminuem a solidão e auxiliam na indução de uma longevidade mais acentuada.

Ter um amigo para compartilhar desde suas maiores alegrias até momentos de decepções e tristezas sem dúvida alguma é um grande privilégio para qualquer ser humano. Não somos ilhas e nem devemos buscar uma vida de solidão. Não é saudável enfrentar o mundo sozinho. Inclusive, algumas pesquisas apontam que as pessoas que são muito solitárias tendem a desenvolver mais doenças e serem mais indefesas.

A amizade auxilia os aprendizados e induz o amadurecimento, pois partilhamos experiências e garantimos crescimento e melhorias através das relações interpessoais. E o ganho embutido nesta troca de relações ajuda no desenvolvimento de sentimentos bons, no próprio bem-estar, na empatia, além de cultivar a paciência e a compreensão.

Outro benefício enriquecedor de uma relação de amizade saudável é a aceitação das diferenças e semelhanças que nos tornam seres únicos e distintos. Fomentando nossa harmonia e sabedoria em relação ao mundo.

Vista como uma das principais fontes de felicidade e bem-estar, a amizade traz um apoio emocional importante ao indivíduo, uma vez que o compartilhamento de interesses, emoções, ideias, experiências e sentimentos faz parte do universo desta relação que, através do prazer, pode ser grande responsável na ajuda ao nosso cérebro quando o assunto são os mistérios do envelhecimento.

Quem nunca olhou para uma foto de dois velhinhos juntos e se imaginou amparando e sendo amparado por um grande amigo (a) na velhice? Laços fortes, mantidos com amigos de infância, já foram apontados em diversas pesquisas como gatilhos para eliminação de crises de ansiedade, além de aumentar a autoestima e controlar processos depressivos de muitas pessoas. Não tenham dúvidas de que o jeito de se ver o mundo e seus reflexos são influenciados pelas boas e velhas amizades. É o que chamamos de conexões que aprofundam nosso senso de identidade e promovem a construção de nossa personalidade.

Os melhores índices de bem-estar físico e emocional são explicados, em muitos casos, pela interação das pessoas entre si, fato que justifica e demonstra o quanto devemos ser amigos e ter amigos, engrossando o vínculo social que nos torna integrados, entendendo que a vida seja digna de ser vivida.

Ao valorizar os laços afetivos estamos, em nosso inconsciente, fortalecendo o sentimento de si mesmo através do amadurecimento, pois, para lidar com o outro, preciso também saber lidar comigo. Para compreender o outro, preciso compreender meu “eu” e saber onde me encaixo. Desta maneira, posso despertar para questões coletivas ou individuais que ensinam a conviver com o prazer e conduzem a um aprendizado pessoal muito oportuno para o ser humano.

Portanto, em meio a demonstrações de afeto modificadas pelo Novo Normal, onde os abraços e beijos foram substituídos por mensagens virtuais, cumprimentos de cotovelos, entre outros, não devemos deixar morrer a plantinha que floresce nossas amizades e nossas relações. Demonstre seu carinho, diga que ama, diga que está com saudade, faça uma surpresa virtual, mas não deixe demonstrar afeto. Aproveite a contribuição benéfica e emocional que essas relações podem nos trazer, sendo relações saudáveis e prazerosas: cuidado, cumplicidade e carinho ao coração.

Dra. Andréa Ladislau
Psicanalista

* Membro da Academia Fluminense de Letras - cadeira de numero 15 de
Ciências Sociais

* Administradora Hospitalar e Gestão em Saúde

* Pós Graduada em Psicopedagogia e Inclusão Social

* Professora na Graduação em Psicanálise

* Embaixadora e Diplomata In The World Academy of Human Sciences US
Ambassador In Niterói

* Membro do Conselho de Comissão de Ética e Acompanhamento
Profissional do Instituto Miesperanza

* Professora Associada no Instituto Universitário de Pesquisa em
Psicanálise da Universidade Católica de Sanctae Mariae do Congo.

* Professora Associada do Departamento de Psicanálise du Saint
Peter and Saint Paul Lutheran Institute au Canada, situado em souhaites.

 

 

 

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