Contato

 

 

 

Contato

Daniel Medeiros*

Essa é a história de John Shepherd, um homem que, durante quase trinta anos, mandou sinais para o espaço em busca de um contato com alienígenas. Solitário, filho de uma família destroçada por desacertos indizíveis, viveu desde pequeno com os avós em uma zona rural de Michigan (EUA). Aos poucos, na medida em que sua ideia de buscar outras vidas no espaço sideral ia tomando forma, transformou a casa dos avós em um bric a brac de telas, antenas, amplificadores, uma parafernália sem fim para permitir que a sua mensagem fosse o mais longe possível no universo de distâncias impossíveis. John aprendeu e construiu tudo sozinho e, ano após ano, esperou, até que, finalmente, o dinheiro acabou de vez e ele desmontou tudo e guardou no porão da casa onde ainda hoje visita e aponta, ora para um pedaço de metal, ora para uma tela empoeirada, e comenta, nostálgico, sobre sua busca, sua experiência.

John acreditava que, se os aliens pudessem ouvi-lo, então teriam de ouvir coisa boa e, por isso, todos os dias fazia um programa de rádio para “eles”, tocando música de todas as partes do mundo, música instrumental europeia, música africana, indiana, cubana, em um exercício de diversidade e em um desejo de que o seu contato com os extraterrestres não fosse mal entendido como o de um só povo falando. Ao final da transmissão, John dava boa noite e prometia que, no dia seguinte, estaria ali novamente. Durante décadas, ele teve essa audiência universal, embora nunca tenha recebido uma carta de agradecimento ou um pedido para uma música especial. Do que sabemos sobre a física, esse repertório de vozes e batuques, metais e cordas ainda agora está vagando entre as estrelas. Talvez, quem pode saber, algum dia de algum ser perdido entre as galáxias possa ainda ser despertado pela playlist desse homem curioso.

Então chegamos ao fim da história e a pergunta que não quer calar é uma só: John consegui fazer algum contato? Sim, a história tem um final aconchegante e feliz. Como o nosso próprio herói conta, no curta metragem - de apenas 16 minutos de duração - John à procura de Aliens (Netflix, 2020), dirigido por Matthew Killip, aos 14 anos ele descobriu que era gay - e onde ele morava isso era como ser também uma espécie de alien. John viveu anos e anos sem ter uma relação afetiva - além dos pacientes e generosos avós -, sem ter alguém para chamar de meu amor. Quando olhamos o rosto de John na tela, um homem envelhecido com uma barba em desalinho e dentes estragados, pensamos logo que ele desperdiçou sua vida. Mas não é verdade. Ele estava fazendo algo que, de resto, todos nós também estamos, o tempo todo: buscando contatos que nos façam sentir parte de algo, não importa onde, nem quando, mas em algum momento e, quando esse momento acontece, sentimo-nos realizados. Como ele mesmo comenta: "acredito que sempre haverá alguém, uma pessoa que seja, com a qual seja possível uma relação verdadeira”.

A busca de John acabou em um bar da cidade mesmo, ali pertinho da casa de seus avós. Um homem que, desde o primeiro momento, o atraiu e foi atraído por ele. Um amor que - pelas fotos que aparecem no filme - é de muitos anos-luz. Ali estão eles, cabelos e barbas enormes, mas o indisfarçável sorriso é evidente, como uma super nova, brilhante e encantador.

O filme termina com a imagem dos dois se beijando. John, o solitário, o esquisitão, era apenas um rapaz diferente querendo ser parte do grande projeto da espécie humana: ser feliz. E ele foi até as estrelas mais distantes, espalhando música, compromisso e carinho. E o universo conspirou em seu favor, levando-o ao bar da cidade, naquele momento, exatamente naquele momento. O resto é história. A história de John Shepherd.

* Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo

Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

 

 

 

Add a comment

Isolamento social faz despesas aumentarem em condomínios

 

 

 

Isolamento social faz despesas aumentarem em condomínios

Conta de luz tem aumento de até 20% durante a pandemia; medidas simples ajudam a manter gastos com energia elétrica sob controle

Segundo levantamento do portal Sindiconet, a energia elétrica representa cerca de 4% a 10% do total de despesas de um condomínio. Em um período de isolamento social, repensar os hábitos de consumo desse recurso essencial é fundamental, já que a permanência das pessoas em casa aumentou, sobretudo de quem está em regime de home office e tele aula.

Uma consulta feita pela Agência Brasil, apontou que o valor a ser pago pelo fornecimento desse serviço tende a aumentar até 20% em consequência do isolamento social. Diante desse cenário, com mais pessoas permanecendo dentro do perímetro condominial, os gastos em áreas comuns, o uso constante dos elevadores para pegar encomendas e delivery, por exemplo, ou utilização de corredores e espaços abertos da área do condomínio para a prática de exercícios físicos, refletem no valor da fatura. Por isso é importante que o responsável pela gestão do local adote medidas visando a economia e o seu uso racional.

Wolney Pereira, CEO do Grupo Ergon, especializado em soluções de energia para condomínios, afirma que pequenas atitudes podem ajudar os administradores otimizar a conta de luz nessas áreas comuns. Para isso, ele separou algumas dicas simples para auxiliar as pessoas a reduzirem custos nesses e em outros períodos:

• Conscientização

É importante expor as dificuldades aos moradores, funcionários e prestadores de serviços do condomínio e reforçar o dever de cada um nesse processo. Vale lembrar a necessidade de desligar as luzes ao sair de um local e não deixar dispositivos elétricos ligados sem necessidade, além de incentivar a substituição do elevador pelas escadas em distância curtas – de um ou dois andares –, o que também gera economia. Essas dicas podem ser fixadas em cartazes nas áreas de circulação e elevadores.

• Iluminação

O ideal é dar preferência à iluminação natural, sempre que possível, mantendo janelas e cortinas abertas. Nas áreas comuns do condomínio, as lâmpadas incandescentes podem ser substituídas por lâmpadas LED. Essa medida pode reduzir o consumo de energia elétrica em até 50%. Além disso, as LED têm vida útil 5 anos maior do que as incandescentes. Já nas áreas externas, lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão (VSAP) garantem a mesma qualidade na iluminação com consumo de até 70% menor, além de ser uma excelente opção para pátios ou áreas de estacionamento.

• Manutenção

Antes de fazer a troca das lâmpadas, é recomendado que se verifique a equivalência da potência em lumens. É necessário também, certificar-se sobre a qualidade das instalações elétricas e coordenar a vistoria e manutenção regular, feita sempre por um profissional ou empresa qualificada. Assim é possível garantir a economia de energia elétrica e a segurança de todos os moradores, funcionários e visitantes.

• Sensor de presença, temporizador e dimmer

Esses equipamentos economizam energia elétrica e diminuem a incidência de desperdício, já que as lâmpadas desligam automaticamente. “O impacto da aquisição desses itens não é muito significativo e, no fim, fazem grande diferença na conta do mês”, destacou Wolney Pereira.

• Limpeza e conservação

A sujeira acumulada diminui o potencial e a sensação de iluminação. Nesse caso, é importante solicitar uma limpeza regular das arandelas, lustres, luminárias, paredes, janelas, forros, pisos e cortinas. Em caso de reforma ou pinturas, a melhor opção é utilizar cores claras que refletem a luz.

• Opte por Geração Distribuída

A Geração Distribuída é a modalidade pela qual o consumidor gera toda (ou parte), da energia elétrica que consome e é utilizada por meio da compensação de créditos. Em outras palavras, é como comprar energia direto do produtor sem os custos adicionais do distribuidor. No caso de condomínios, pode-se adquirir o benefício participando de uma cooperativa: “No modelo de geração distribuída da GEDISA, é a empresa que administra todo o processo de contratação, fornecimento e pagamento da geração distribuída, sem que o cooperado se incomode com isso. Esses grupos podem receber até 15% de desconto em sua fatura de energia. Como há um contrato direto de fornecimento com as geradoras independentes, não há necessidade de nenhum investimento adicional por parte do cooperado”, explica Wolney Pereira.

Sobre o Grupo Ergon

O Grupo Ergon reúne diversas empresas que trabalham para trazer a melhor solução de fornecimento de gás e energia elétrica para seus clientes. Com consultores especializados, o fornecimento é definido de acordo com a necessidade individual de cada negócio ou condomínio, com uma proposta unificada seja para GLP sob medida com a GASLOG, ou fornecimento de energia elétrica com a GEDISA. O Grupo Ergon ainda possui as empresas MidService e GTec que prestam atendimento técnico e de manutenção, e contam ainda com a Agathon, geração de energia hidrelétrica.

 

 

 

Add a comment

xLojacorr Agro oferece novo modelo de negócios no mercado segurador

 

 

 

Lojacorr Agro oferece novo modelo de negócios no mercado segurador

Operação atende seguradora, corretor e produtor rural por meio de ecossistema do agronegócio.

Em meio a pandemia mundial, a Rede Lojacorr, maior rede de corretoras de seguros independentes do Brasil, lança a Lojacorr Agro. Fruto de um estudo denso de quase três anos, oficializado em maio de 2020, a Lojacorr Agro vem ganhando corpo no País. Oferece soluções de Seguro Rural (Agrícola, Pecuário, Aquícola, Penhor Rural, Benfeitorias e Florestas) de 10 companhias seguradoras, das quais a própria Lojacorr vem buscando personalizar alguns dos produtos e serviços, com apoio das parceiras. O intuito é atender demandas específicas das regiões agrícolas brasileiras, pensando nas especificidades e diversidades de culturas, solos e condições climáticas.

A Lojacorr Agro foi criada para ser a otimizadora e a facilitadora do processo de vendas para canais de distribuição, visando manter o foco no segmento de agronegócios, gerando soluções que permitam o agricultor se proteger mais e melhor. Entre os objetivos estão o suporte especializado nas negociações de seguros Agro; assessoria técnica, comercial e operacional feita por especialistas; inserção no contexto de negócios relativos aos seguros rurais; capacidade técnica em sinergia com as seguradoras; agregar ao ecossistema soluções em crédito, sucessão, holding, etc.

O produtor rural atendido por um dos três mil profissionais de seguros da Rede Lojacorr pode estar vinculado a uma cooperativa ou associação, por meio de uma operação corporate desses canais ou mesmo receber atendimento no varejo. A Lojacorr Agro possui uma operação exclusiva e especializada em seguro rural para proteger o agronegócio brasileiro, independente das variações. O time da operação conta com a expertise dos engenheiros agrônomos, José Luiz Rodrigues e Filipe Portocarrero; João Luiz Sandim Caramalac, engenheiro civil, responsável por Operações e Processos da Lojacorr Agro, incluindo inovação e tecnologia; os advogados Dra. Télia Oliveira e Dr. Robson Silveira, na assessoria jurídica especializada; e Sidney Rodrigues, diretor da Lojacorr Agro, especializado em seguro rural. Esse modelo vem sendo desenvolvido e mira ampliar constantemente a operação para se posicionar como maior player do Brasil na comercialização de Seguros Agro.

De acordo com Sidney Rodrigues, a Lojacorr Agro está se estruturando no melhor momento do País, já que os governos federal, estaduais e municipais de diversas localidades estão concedendo subvenções para apoiar o produtor rural. “Por meio da capilaridade nacional, a Lojacorr Agro amplia as oportunidades de negócios para o corretor de seguros, pode ser oferecida inclusive a possibilidade de proteger as modalidades agrícola, florestas, pecuárias, aquícola, benfeitorias e produtos agropecuários, penhor rural, vida do produtor rural e cédula do produtor rural”, conta.

O diretor diz que entre os desafios está a contínua capacitação em busca de conhecimento sobre as diversas peculiaridades do agronegócio brasileiro, além dos produtos e serviços das companhias seguradoras. Por isso, a Lojacorr Agro está intensificando os programas de treinamentos avançados para o corretor, tendo concluído 27 treinamentos desde o início da operação, com a participação de 380 corretores da Rede Lojacorr nos últimos três meses. Para o diretor a busca por treinamento inclui as orientações em casos de sinistros e não apenas em como vender, da mesma forma que a atenção constante em relação ao atendimento junto ao cliente para melhor entendimento das necessidades.

Segundo José Luiz Rodrigues, engenheiro agrônomo e diretor da Lojacorr Agro, a operação visa fortalecer o produtor rural para que ele tenha condições de administrar a produção da sua cultura com tranquilidade e ter possibilidades de crescimento com a proteção do patrimônio da área e da safra, com a produtividade segurada e um valor de saca (agricultura) também segurado, que cobre os custos de produção. Da mesma forma que essa modalidade gera mais segurança para toda a cadeia produtiva, que financia a agricultura, tal como os bancos como agentes financeiros para adquirir os insumos, assim como as revendas, que fornecem os insumos. “O que acontece muitas vezes é que a venda é feita a prazo, com pagamento após a colheita. Uma das formas de garantir esse pagamento é via seguro agrícola, em que a revenda pode ser beneficiária dessa proteção. Assim, o produtor também se encoraja a investir mais em insumos e tecnologia em sua atividade produtiva, visto que em casos de frustração de safra seu investimento está protegido por uma apólice de seguro”, afirma o especialista.

O agronegócio brasileiro em 10 anos será responsável por 41% da produção do mundo todo, sendo capaz de ter até três safras no ano em algumas das principais culturas do País. Hoje, o agronegócio representa 25% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, sendo que de 2006 para 2018 houve aumento de 56 para 73 milhões de hectares. Até 2030, a produção mundial terá que ser ampliada em 20% e, atualmente, menos de 15% das lavouras no Brasil estão seguradas. “Hoje, existe uma preocupação para que o seguro agrícola acompanhe o avanço da tecnologia e da agricultura, que possa aumentar também o percentual de áreas protegidas”, conta o engenheiro agrônomo.

Com tamanha oportunidade de crescimento para o produtor e para o mercado segurador, o agro brasileiro mostra a importância do conhecimento e da capacitação do profissional no entendimento das questões securitárias no universo do agronegócio nacional. O Brasil busca no exemplo dos países de 1º mundo inovação de multirrisco rural para desenvolver o produtor, o corretor e o portifólio das companhias seguradoras. "O Agronegócio é o motor de crescimento da economia brasileira. Menos de 15% das lavouras estão protegidas por uma apólice de seguros. Queremos transformar essa realidade. Proteger o ecossistema do agronegócio é fundamental para o desenvolvimento do país. Estamos construindo um marketplace completo para ampliar a competitividade e levar mais e melhores soluções de produtos, cobertura e serviços para os produtores", afirma Diogo Arndt Silva, presidente da Rede Lojacorr.

 

 

 

Add a comment

Mesmo fechado e sem previsão de reabertura, Museu de Arte do Rio apresenta duas exposições inéditas

 

 

 

Mesmo fechado e sem previsão de reabertura, Museu de Arte do Rio apresenta duas exposições inéditas

A mostra coletiva "Casa Carioca", com mais de 600 itens, e a individual "Aline Motta: memória, viagem e água" poderão ser visitadas gratuitamente, em datas e horários específicos. Inscrições serão feitas no site do MAR

O Museu de Arte do Rio - MAR, sob a gestão do Instituto Odeon, apresenta sua principal exposição do ano: "Casa Carioca". Com um recorte de cerca de 600 obras e mais de 100 artistas, a mostra apresenta temas como sociabilidade, o papel da mulher como esteio de família e direito à moradia. Trabalhos que retratam o período de isolamento social também fazem parte da montagem, assinada por Marcelo Campos, curador-chefe do MAR, e Joice Berth, arquiteta, urbanista e ativista do movimento feminista negro. A Vale é patrocinadora da exposição por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A exposição ocupará integralmente duas galerias do terceiro andar da instituição, além da Sala de Encontro localizada no térreo. Reunindo nomes como Érica Magalhães, max willà morais, Maxwell Alexandre, Millena Lízia, Mulambö, Rafael BQueer, Raquel Nava, Rodrigo Torres, Wallace Pato, Yhuri Cruz e Yuri Firmeza, "Casa Carioca" é a exposição do MAR com maior número de artistas jovens e periféricos. São trabalhos nos mais diversos suportes, como vídeos, objetos, instalações, fotografias e pinturas, que dialogam com temas como a diferença entre as moradias de favela e as moradias de elite - designadas aqui como exceções -, incêndios, mudanças, construções, demolições e celebrações.

Além de apresentar ao público a produção contemporânea de novos talentos da arte brasileira, a mostra também contará com trabalhos de artistas consagrados, como Adriana Varejão, Alfredo Volpi, André Rebouças, Beatriz Milhazes, Cícero Dias, Lasar Segall, Marcel Gautherot, Mestre Valentim e Walter Firmo. Além de obras da Coleção MAR, trabalhos emprestados por mais de 30 instituições e por colecionadores ajudam a formar o percurso expositivo, que começa com uma linha do tempo da arquitetura no Rio de Janeiro e segue por 10 núcleos que fazem uma abordagem transversal das questões relacionadas ao morar.

"Durante a fase de pesquisas, nos deparamos com um dado surpreendente. Apenas 15% das casas brasileiras são construídas por arquitetos, com a grande maioria se enquadrando no que os especialistas chamam de autoconstrução, quando o próprio morador comanda a obra com ajuda de parentes e vizinhos. Pensando nisso, buscamos artistas e trabalhos que tratam das condições dessas moradias e que exploram o interior das residências, relacionando-as com a questão social", conta o curador Marcelo Campos.

Das redes sociais para o museu

Entre os destaques da curadoria está a tirinha "Os Santos - Uma tira de (humor) ódio". Muito conhecido nas redes sociais, o projeto da escritora Triscila Oliveira e do ilustrador Leandro Assis joga luz sobre assuntos como a desigualdade social, a falta de empatia e o racismo, entre outros temas, a partir de situações do cotidiano. Obras relacionadas à pandemia, como a de max willà morais, na qual os artistas retratam o isolamento dentro de suas casas, também estarão no acervo. Outro destaque é uma grande instalação com filtros de barro, do Estúdio Gru.A, que mostra a relação entre a água e a cidade.O trabalho cria um novo sub-ramal de distribuição de água do edifício do MAR, prolongando-o até a calçada da Praça Mauá, onde são instaladas três bicas públicas. 

Inicialmente, "Casa Carioca" estava prevista para inaugurar em maio deste ano como parte da programação do Congresso Mundial de Arquitetos - UIA e, por conta da pandemia da Covid-19, tanto a exposição quanto o congresso precisaram ser adiados. Por isso, em abril, o museu iniciou a campanha #CasaCariocaMAR que levou para as redes sociais conteúdos inéditos relacionados à mostra coletiva, já despertando a atenção e interesse do público para a exposição.

Individual de Aline Motta é um mergulho na memória da família da artista

O MAR também apresenta ao público "Aline Motta: memória, viagem e água". Inédita no Rio de Janeiro, a individual da artista fluminense convida o público a um denso mergulho na história de sua família, por meio de montagem imersiva que apresenta uma trilogia de videoinstalações de forma sequencial e dinâmica. Ocupando uma galeria do 1º andar do pavilhão de exposições, os três trabalhos - "Pontes sobre abismos" (2017), "Se o mar tivesse varandas" (2017) e "Outros fundamentos" (2019) - tomaram forma após a artista descobrir um segredo de família contado pela avó: sua bisavó era escrava e havia engravidado após ser abusada por seu dono. A partir da revelação, Aline iniciou uma busca por suas raízes em lugares distantes entre si, mas aproximados pelo Oceano Atlântico. Tudo isso é alinhado em uma obra repleta de água salgada, doce, transparente ou poluída.

"A confidência de minha avó, Doralice, foi o ponto de partida para iniciar a gravação da trilogia. Na busca por informações sobre o passado da minha família, em um trabalho que durou quatro anos para ser finalizado, realizei quatro viagens super intensas por Serra Leoa, Nigéria, Portugal e também pelo Brasil, onde foram coletadas imagens e documentos para compor as videoinstalações. Essas descobertas marcam o modo que encontrei para lidar com os fatos étnico-raciais na minha família, visando entender melhor seus efeitos no presente", afirma a artista.

Por meio de sua obra, Aline se aprofunda em histórias ligadas à escravidão negra e de como sua família - de um lado portuguesa, de outro africana e afro-brasileira - é atravessada por essas relações desiguais que definem as particularidades da sociedade brasileira. Com as videoinstalações, a artista aborda essas questões de maneira poética, propondo um mergulho em suas próprias vivências e memórias.

"A obra de Aline Motta adensa-se em cores, contrastes, sombras, buscando altas definições que não estão nas imagens, mas, antes, nas histórias para além da fotografia. Invocam-se as vozes, os corpos, os nomes e sobrenomes, ampliando os sentidos de muitas histórias de vida. A fotografia se reordena entre achados e perdidos; muitas vezes nos confundimos entre documentos de gaveta e o presente fotográfico coletado diretamente. Com isso, pontes são construídas a todo instante, entre Brasil e África, Rio de Janeiro, Bahia e Lagos, entre a artista e suas avós, seus parentes no Orun", escreve Marcelo Campos, curador chefe do MAR, no texto de apresentação da exposição.

Apenas visitas programadas enquanto o museu permanecer fechado

As exposições e toda a programação online oferecida pelo MAR desde o início da pandemia foram viabilizadas por seus parceiros e patrocinadores e executadas por uma equipe mínima. Até que a Prefeitura do Rio faça a recomposição dos recursos financeiros necessários para o seu pleno funcionamento, o museu permanecerá fechado.

Por ora, "Casa Carioca" e "Aline Motta: memória, viagem e água" poderão ser visitadas apenas mediante inscrição gratuita no site https://www.museudeartedorio.org.br. No mês de setembro as visitas ocorrerão entre os dias 22 e 26 e serão permitidas até 60 pessoas a cada 2h. O escalonamento e o limite de pessoas, muito abaixo da capacidade do museu, visam atender aos protocolos sanitários de combate ao Covid 19. O uso de máscaras será obrigatório durante toda a permanência no museu.

O Museu de Arte do Rio - MAR

Uma iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Museu de Arte do Rio é gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social da Cultura e tem o Grupo Globo como mantenedor, a Equinor como patrocinadora master e o IRB Brasil RE e a Bradesco Seguros como patrocinadores por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A Escola do Olhar conta com o patrocínio do Itaú e o apoio da Icatu Seguros e do Machado Meyer Advogados via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS, é também patrocinada pela HIG Capital, RIOgaleão e JSL.

O MAR conta ainda com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e realização do Ministério da Cidadania e do Governo Federal do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

 

 

 

Add a comment

Leitura para vestibular e Enem: sempre é tempo de começar

 

 

 

Leitura para vestibular e Enem: sempre é tempo de começar

Educador dá dicas de como investir na leitura para garantir bom desempenho nas provas e o que deve ser priorizado nessa fase de preparação

Se a redação é um tema que costuma tirar o sono de estudantes que tentam uma vaga em universidades, a literatura também preocupa quem está prestes a prestar algum vestibular ou o Enem. Isso porque a maioria dos concursos vestibulares cobra dos estudantes a leitura de uma lista de obras obrigatórias, assim como o Enem inclui questões que também exigem esse tipo de leitura. É certo que conhecer as principais obras dos escritores brasileiros traz para os jovens inúmeras vantagens, como a descoberta de histórias incríveis, aumento de repertório, bem como enriquecimento de vocabulário e da prática escrita.

De acordo com o gerente editorial do Sistema Positivo de Ensino, Júlio Rocker Neto, a leitura de obras literárias deve fazer parte da formação de todo aluno. "Se o estudante não se formar como leitor ao longo da sua história escolar, o sucesso nas questões que abordam tais obras será mais difícil", afirma Rocker. O educador alerta que deixar de ler um ou outro livro pode prejudicar o resultado dos exames. "É muito comum que exames não cobrem todas as obras ou, então, se cobrarem, podem fazer relações entre elas. Por isso, é bem recomendável ler todas as obras indicadas ou, no caso do Enem, conhecer as obras mais representativas de cada autor ou estilo literário", reforça.

E para aqueles que ainda não começaram a colocar essa leitura em dia, a orientação é investir todo o tempo possível em ler tudo o que o estudante conseguir. "Sempre é tempo de começar, e a melhor receita é ler, ler e ler. Insistir na leitura. Um texto às vezes complexo no início pode trazer grandes surpresas se o leitor superar esse momento inicial", aconselha. Outra dica de Rocker é buscar referências de outras linguagens como filme da obra e análise de críticos. "Mas isso serve apenas para motivar ou orientar a leitura. Nada substitui a leitura da obra em si, o que vai dar grande vantagem competitiva no momento da prova", explica. E para aqueles que consideram a leitura uma prática solitária, Rocker sugere: "experimente criar com os colegas um clube da leitura. Compartilhe conhecimentos e experiências de leitura. O resultado pode ser surpreendente", garante.

De acordo com Rocker, em geral, as questões das provas não cobram elementos pontuais e específicos, mas sim o conhecimento do enredo, dos personagens, do papel e da importância do narrador, dos elementos constitutivos do gênero textual da obra. No caso específico do Enem, por não existir uma lista de livros determinada, é preciso estar atento às obras que mais aparecem ao longo dos anos de prova. Para ajudar estudantes que não sabem por onde começar, baseado no histórico dos últimos anos de provas, Rocker aponta os estilos literários que não podem ser deixados de lado.

Realismo/Romantismo - "O nome aqui é Machado de Assis. Uma prova de literatura brasileira que se preze não pode deixar de lado o autor. No mínimo uma questão traz uma das obras dele. Aluísio de Azevedo e Álvares de Azevedo apareceram menos nos últimos anos, mas não devem ser esquecidos".
Simbolismo e Pré-Modernismo - "Aqui, é preciso ficar atento em especial às obras do poeta Cruz e Sousa, mas também de Cecília Meireles e Augusto dos Anjos".

Modernismo - "Esse é o queridinho do Enem, em especial autores como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Clarice Lispector. Destaque às obras de arte do Modernismo (especialmente de Anita Malfatti e Tarsila do Amaral) e também à Semana de Arte Moderna de 1922".

 

 

 

Add a comment

Subcategorias

X

Buscar artigos