Fundação lança portal com cursos que vão de graça a R$ 19,90 para setor da limpeza

 

 

 

Fundação lança portal com cursos que vão de graça a R$ 19,90 para setor da limpeza

FACOP acredita na capacitação dos profissionais do setor do asseio e conservação como forma de profissionalizar e valorizar os trabalhadores

A FACOP, Fundação do Asseio e Conservação, Serviços Especializados e Facilities do Paraná, entidade sem fins lucrativos e que nasceu do esforço dos sindicatos patronal e laboral do setor do asseio e conservação, e que já emitiu mais de 95 mil certificados a trabalhadores do setor, traz uma novidade para empresas de facilities e trabalhadores: um portal de Educação especializado. O portal, que oferecerá cursos livres na modalidade EaD para empresas e profissionais da área, faz parte das comemorações de 18 anos da entidade e tem como objetivo profissionalizar o setor e possibilitar que cada vez mais a limpeza profissional seja reconhecida como fator essencial na retomada das atividades com saúde e segurança. Para os profissionais de empresas de facilities do estado do Paraná os cursos serão gratuitos, já para aqueles de outros estados ou, ainda, outros setores, os cursos terão um valor de R$ 19,90.

“O lançamento do portal sempre esteve nos planos da FACOP, no entanto, com a chegada da pandemia, notou-se que, cada vez mais, este é um serviço essencial na manutenção da saúde. E para garantir que ele seja cumprido de forma segura, é preciso capacitar trabalhadores e empresas com as melhores técnicas, procedimentos e utilização de tecnologias adequadas”, explica Adonai Arruda, presidente da FACOP, do sindicato patronal do setor (SEAC-PR) e empresário do ramo.

Entre os cursos presentes estão os de limpeza hospitalar, conceitos gerais da limpeza profissional, limpeza de banheiros, limpeza de áreas administrativas, coleta urbana, recepcionista, copeiro hospitalar, copeiro profissional. Os cursos possuem uma média de 6 horas de duração e emitem certificação.

“Queremos disponibilizar conteúdo de qualidade para que prestadores e tomadores de serviço tenham no seu dia a dia profissionais qualificados atuando em prol da sua saúde. Com a pandemia, foi possível perceber o quanto os profissionais de limpeza, que estão na linha de frente, são essenciais no combate a doenças. Com os cursos, esses trabalhadores terão acesso às melhores técnicas, procedimentos e operação de ferramentas para isso”, explica Adonai. Para acessar o portal basta acessar: https://universidadecorporativa.facop.org.br/

Sobre a FACOP

A história da Fundação sempre foi acompanhada do desejo de proporcionar valorização aos trabalhadores do setor, trazendo no seu DNA o fato de que somente com educação é possível conquistar respeito. “Estamos falando de profissionais que não tiveram acesso à educação. São trabalhadores que muitas vezes não conseguiram completar os estudos e, consequentemente, não se sentem dignos de suas profissões. No entanto, assim como médicos, advogados, professores, são fundamentais na estrutura econômica e social. E somente a educação consegue resgatar essa importância e a autoestima desses profissionais”, diz Adonai, que foi um dos entusiastas na criação da instituição.

O empresário, que atua no ramo da limpeza há mais de 40 anos, diretor de uma das maiores holdings do sul do país, a Higiserv - recém integrada ao Grupo Verzani Sandrini -, e que também preside o sindicato das empresas do setor, percebeu que para que toda a categoria fosse respeitada, a educação seria uma poderosa arma e numa soma de esforços com empresas e, sobretudo, com o sindicato dos trabalhadores do setor, o Siemaco, tornou possível tirar do papel a ideia. “Este, com certeza é um trabalho de todo o setor. A Fundação é fruto de um investimento feito pelos diferentes elos dessa corrente. Hoje, graças a esse esforço conjunto, conseguimos possibilitar treinamentos, cursos, consultorias e produtos e serviços exclusivos para empresas e trabalhadores”. A instituição hoje possui sede física em Almirante Tamandaré, cidade da Região Metropolitana de Curitiba e a área - que soma 13 mil m² - oferece mais de 5 mil m² de espaço construído com cerca de 15 salas de aula, laboratórios, auditório, biblioteca e toda a estrutura de uma escola. “Fomos a primeira instituição do Brasil focada na capacitação desses profissionais, com uma estrutura de primeira. Além disso, conseguimos, através da Fundação unir empresários, empresas, trabalhadores e órgãos que normalmente são antagônicos no que diz respeito aos interesses de cada classe”, afirma Adonai.

Com o tempo, os resultados desse esforço coletivo começaram a aparecer. Nos 18 anos de atuação, além dos mais de 95 mil certificados emitidos, a instituição passou também a formar professores. São profissionais preparados com a metodologia exclusiva da FACOP, que une conhecimento técnico, aulas práticas, em que o aluno consegue visualizar as melhores técnicas, capacitação diferenciada para trabalhadores da área e desenvolvimento de habilidades pessoais. A instituição ainda vem sendo reconhecida por ser um termômetro do setor e das demandas da área, antecipando tendências e sempre atenta aos movimentos do mercado, sobretudo no que diz respeito à tecnologia e sustentabilidade. “Hoje, a FACOP é referência inclusive para entidades, federações, associações do Brasil e até mesmo de outros países, como é o caso do México, que depois de conhecer o trabalho feito no Paraná conseguiu iniciar um movimento de capacitação de seus trabalhadores”, comenta Adonai.

No entanto, mesmo com toda a visibilidade, a atuação da FACOP acabava restrita ao estado do Paraná e Curitiba, e, para que esse não fosse mais um obstáculo, a Fundação começou a transformar seus principais cursos para a modalidade a distância, para que assim pudesse contemplar um número ainda maior de trabalhadores e empresas.

Além disso, a FACOP acabou se tornando um braço direito das empresas, oferecendo uma Central de Empregos, na qual é possível anunciar vagas, selecionar candidatos e garantir contratações. Somente em 2019, a unidade de empregos da Fundação recebeu mais de 15 mil currículos e teve cerca de 1.500 profissionais colocados no mercado de trabalho no Paraná. A instituição ainda oferece um serviço de assessoria e consultoria em medicina do trabalho, que trabalha de forma coletiva atendendo a todas as empresas do estado. Ainda, recentemente, por deliberação de seu Conselho e aprovação do Ministério Público a sua atuação foi ampliada para outros segmentos, como os cursos AVSEC (aviação), assim como para outras localidades nacionais e internacionais.

“A FACOP é uma iniciativa que prova o quanto empresas e empresários podem se mobilizar para garantir melhorias não só para os trabalhadores, mas para toda a cadeia produtiva de uma categoria. Temos muito orgulho de tudo o que colhemos até agora, e continuamos semeando inovação para que cada vez mais o setor seja reconhecido e tenha seu valor merecido”, finaliza Adonai.

Serviço:

Portal Universidade Corporativa da FACOP

https://universidadecorporativa.facop.org.br/ 

 

 

 

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O novo normal da saúde é entender o poder das pessoas

 

 

 

O novo normal da saúde é entender o poder das pessoas

Por José Octávio da Silva Leme Neto*

Coletividade. Talvez essa seja a principal arma para lidarmos com a pandemia. Apesar de isolados, são nas medidas que empresas e pessoas têm tomado, pensando no coletivo, que estamos encontrando caminhos para seguir em frente em uma realidade que deve nos acompanhar por mais tempo do que gostaríamos. Em poucos meses, uma pandemia mudou a rotina das pessoas e o planejamento estratégico e funcionamento de empresas de todos os portes e setores. Mudou não, vem mudando. Condutas de isolamento mais rígidas ou mais flexíveis têm impactado diretamente no número de casos e provocam, consequentemente, novas alterações na rotina.

E, nesse cenário, as instituições de saúde vêm sofrendo os maiores impactos. A necessidade de EPIs cresceu e o valor desses itens subiu vertiginosamente. O tratamento da COVID-19 exige maior tempo, dedicação e número de profissionais de saúde, ao mesmo tempo que eles precisam ser afastados das atividades se pertencerem a grupos de riscos ou apresentarem qualquer sintoma suspeito. A busca por atendimento cresceu para casos com quadros respiratórios, mas afastou pacientes com outras morbidades, derrubou o número de cirurgias e consultas eletivas, prejudicou tratamentos de doenças crônicas, desequilibrando a saúde da população e a saúde financeira das instituições do setor.

A nova realidade exigiu mudanças rápidas, numa luta pela sobrevivência em todos os setores. Nos hospitais, essa exigência foi ainda maior. As instituições de saúde tomaram uma série de medidas que envolveram desde o aprimoramento em protocolos de atendimento, até investimentos em infraestrutura e pessoal. Treinamentos mais frequentes e protocolos rigorosos de uso e manuseio de EPIs, avaliação minuciosa da saúde dos colaboradores, além da realização de testes para a COVID-19 nos primeiros sintomas são algumas medidas básicas e necessárias para oferecer maior segurança aos pacientes.

Algumas instituições foram além e investiram em obras para separar fluxos de atendimento a pacientes com sintomas respiratórios dos demais casos, praticamente criando um novo hospital dentro de outro. Equipes médicas e de assistência passaram a cumprir turnos dedicados ao atendimento da COVID-19 e a contar com áreas diferentes de vestiário, alimentação e descanso. Familiares e pacientes passaram a conviver com novas regras de visitação e a usar a tecnologia para facilitar a comunicação e manter a proximidade.

Hospitais com forte cultura de qualidade e segurança certamente tiveram maior facilidade para trabalhar planejamento e prática quase simultaneamente. Mas se as mudanças foram rápidas é porque houve um comprometimento conjunto, desde equipes gestoras até a linha de frente do atendimento ao paciente.

O cenário futuro ainda é um tanto obscuro. Medidas que inicialmente seriam temporárias devem permanecer por um longo período. O que certamente mudou foram as pessoas. Profissionais aprenderam que podem planejar e executar muito melhor e mais rápido do que imaginavam, em prol do bem comum. Pacientes e familiares aprenderam que têm papéis fundamentais na saúde, na prevenção e no dia a dia das instituições. E o cidadão deve aprender que saúde depende da coletividade.

* José Octávio da Silva Leme Neto é diretor geral do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), único hospital no Paraná certificado pela Joint Commission International (JCI)

 

 

 

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Nova cerveja da Bodebrown homenageia a saga dos imigrantes italianos

 

 

 

Nova cerveja da Bodebrown homenageia a saga dos imigrantes italianos

Luppolo Grape IPA tem lançamento oficial nesta sexta-feira (25/9) em todas as unidades do Condor Super Center

A trajetória dos imigrantes italianos no Brasil é a fonte inspiradora de uma nova criação da Bodebrown, a Luppolo Grape IPA. Trata-se de uma Indian Pale Ale que leva adição de mosto de uvas brancas Trebbiano, numa fusão que segue o caminho de aproximar a cultura das cervejas artesanais ao mundo dos vinhos.

Para representar a história de milhares de famílias que deixaram a Itália e atravessaram o Atlântico para recomeçar a vida em terras brasileiras, a nova cerveja buscou inspiração na história do imigrante italiano Biazio Zonta, bisavô do empresário Pedro Joanir Zonta, fundador e presidente do Condor Super Center, que assim como a Bodebrown tem sede em Curitiba. “A trajetória desta família sintetiza o percurso de milhares de outros italianos que ajudaram a construir o Brasil”, explica o cervejeiro e CEO da Bodebrown, Samuel Cavalcanti.

Foi escolhida a uva Trebbiano por ser uma cepa emblemática da Itália e da região do Vêneto, de onde vieram muitos imigrantes. A partir da escolha desta uva, a Bodebrown criou uma cerveja que explora caminhos gastronômicos e culturais da Itália.

“O resultado é uma homenagem às virtudes do povo italiano, tão presentes na formação do Brasil”, explica Cavalcanti. “Representamos nesta receita a força, superação e alegria que marcam o DNA e a alma dos italianos, gente desbravadora, trabalhadora e que se alimenta da perseverança e resiliência. Mas que também sempre encontra tempo para reunir a família e os amigos para se divertir, saborear a vida e dar muitas risadas”.

O mosto de uvas Trebbiano utilizada na receita vem do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul. Quatro tipos de malte também entram na composição. Para completar, traz ainda dry-hopping de três lúpulos mundialmente cultuados: Sorachi Ace (Japão), Galaxy (Austrália) e Amarillo (USA). Destes ingredientes, surge uma cerveja envolvente, que traz grande complexidade sensorial.

No olfato, evoca aromas florais e de frutas tropicais. No paladar, há um equilíbrio entre o caráter marcante de um IPA com toques refrescantes, secos e de acidez. “A adição da Trebbiano sintetiza a história que procuramos contar e também abre as portas para uma nova experiência sensorial entre as cervejas artesanais, com perfumes e sabores que remetem também ao vinho”, acrescenta Cavalcanti.

Como uma boa cerveja gastronômica que celebra a Itália e os italianos, a Luppolo Grape IPA harmoniza com uma série de pratos tradicionais daquele país: queijos, salames, polenta brustolada, fígado acebolado, pizzas, massas e tiramisu.

História de Biazio Zonta

Biazio deixou a cidade de Cassola, no Vêneto, em 22 de julho de 1.887, para recomeçar a vida no Brasil. Junto com a mulher, Catarina, e três filhos, Francisco, Felicità e Anna, foi até o porto de Gênova e de lá embarcou para uma viagem de 33 dias a bordo do navio La Savoie. Desembarcaram no Porto de Santos e depois tomaram o trem para Curitiba, onde, décadas mais tarde, o Condor seria fundado por Pedro Joanir Zonta. Atualmente, a empresa está comemorando 46 anos.

“É uma honra saber que um produto inspirado na história da minha família estará presente nas gôndolas do Condor e levando sabor aos nossos clientes. Esta cerveja é uma homenagem à memória do meu avô e a considero como um grande presente de aniversário dos 46 anos do Condor. Me sinto honrado de a família Zonta ter sido escolhida para representar os imigrantes italianos”, destaca o presidente do Condor Super Center, Pedro Joanir Zonta.

Para marcar os 46 anos da rede, a Luppolo Grape IPA será comercializada inicialmente com exclusividade nas 54 lojas do Condor no Paraná e Santa Catarina. Chega no formato de latas de 473 ml, com preço de lançamento a R$ 14,50.

 

 

 

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Jornadas Europeias do Patrimônio 2020: educação e cultura para a preservação de nosso meio ambiente

 

 

 

Jornadas Europeias do Patrimônio 2020: educação e cultura para a preservação de nosso meio ambiente

O Conselho da Europa e União Europeia promovem anualmente, como notável iniciativa social e cultural, o evento Jornadas Europeias do Patrimônio com a participação de mais de 50 países. O objetivo é permitir o acesso gratuito da população a atividades diversas que tangenciam o tema patrimônio em diferentes instâncias. Ou seja, a cada ano muda a proposta a que se pretende trabalhar permitindo que o patrimônio seja abordado a partir de múltiplas possibilidades.

Contudo, se destaca o cuidado com a construção do olhar consciente da população em relação ao seu patrimônio, seu reconhecimento, valoração e preservação. Nesse ano de 2020 o tema é bastante auspicioso: Patrimônio e Educação e, de acordo com o site da Direção Geral do Patrimônio Cultural da República Portuguesa, “pretende-se com este tema sensibilizar para o papel do património na educação e para o papel da educação no património”.

Em decorrência da pandemia caudada pela covid-19, naturalmente as atividades serão ofertadas on line por diferentes plataformas e endereços de internet que podem ser verificados no site do evento de cada país envolvido. Isso traz a possibilidade de profissionais de outros países participarem, pois embora a iniciativa parta de países europeus, o tema patrimônio é pertinente ao mundo todo. E por que não trabalharmos a educação para o nosso patrimônio em uma esfera mundial?

A intenção parece ambiciosa, mas se pararmos para analisar veremos que a educação patrimonial está além das dinâmicas territoriais e nada mais ensina do que valores humanos. E tais valores são inerentes à nossa natureza, acredito, mas precisam de um despertar para que possam efetivamente florescer e dar frutos em nossas almas e nas sociedades.

Dentre as inúmeras classificações para o patrimônio podemos evidenciar, sobretudo nesse momento, o nosso patrimônio ambiental. Seja no Brasil ou em outro país, o patrimônio ambiental precisa ser preservado e isso somente ocorre quando a população passa a conhecer a importância desse bem tão precioso. Infelizmente ainda paira a ideia absurda de que nosso meio não é de nossa responsabilidade ou não enxergamos a gravidade de nossos atos.

É hora de mudarmos a nossa postura, de nos tornarmos mais conscientes e respeitosos com nosso planeta e meio em que vivemos. Para tanto, devemos realmente explorar o tema patrimônio e educação ao máximo dando a oportunidade a todos de conhecerem mais sobre o assunto e sua história. Educar patrimonialmente para a preservação é uma forma de contribuir com a edificação de uma cultura de paz.

Sendo assim, vamos destacar o tema “Educação para o patrimônio ambiental” que será trabalhado em uma live especial, no dia 26 de setembro, às 17h, na página do facebook da área de Linguagens Cultural e Corporal, do Centro Universitário Internacional Uninter. O evento integra o conjunto de atividades das Jornadas Europeias do Patrimônio, de Portugal. Esperamos por você!

Autora: Danielly Dias Sandy é museóloga, mestra em Museologia e professora da área de Linguagens Cultural e Corporal nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Artes Visuais do Centro Universitário Internacional Uninter

 

 

 

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Os limites da ciência e o renascer da filosofia

Os limites da ciência e o renascer da filosofia

*José Pio Martins

A palavra “filosofia” vem da junção de duas palavras gregas: philo (amizade, amor) e sofhia (saber, sabedoria). Logo, filosofia é o amor ao saber. O surgimento da filosofia data, pelo menos, de 700 anos antes de Cristo, quando uns tantos homens na Grécia demonstraram insatisfação com as explicações dadas sobre a natureza, os acontecimentos da realidade, a vida, a morte, o homem e sua capacidade de conhecer.

Desde fatos normais do cotidiano, como o dia e a noite, o calor e o frio, a claridade e a escuridão, o sol e a chuva, até ocorrências mais espantosas como a existência do homem e dos animais, a vida e sua origem, a morte, provocaram admiração e espanto, e alguns gregos começaram a fazer perguntas e buscar respostas. Com a filosofia, surgiu a crença de que o mundo, os seres humanos, os eventos naturais e os acontecimentos sociais podem ser conhecidos pela razão, e que a própria razão e a capacidade de conhecer podem ser conhecidas pela razão.

Os gregos então se deram conta de que, com a força da razão, seria possível conhecer a natureza e seus eventos, e o homem e suas ações. Ou seja, era o fim – pelo menos parcial – dos mistérios e dos segredos, pois, por meio de operações mentais do raciocínio, a verdade poderia ser conhecida. E aí começa a ciência das perguntas – a filosofia – e o esforço para o conhecimento da verdade por meio do raciocínio desenvolvido pelo domínio da linguagem, dos números, dos símbolos e das operações do intelecto.

Não é por outra razão (no sentido de “motivo”) que Kant (1724-1804) disse que “o homem é o único animal que precisa ser educado”, e Ortega y Gasset (1833-1955) afirmou que “a vida nos é dada, mas não nos é dada pronta”. Mas, no século 19, o desenvolvimento espantoso da ciência e da técnica, sobretudo após a invenção da eletricidade, levou os próprios filósofos a suporem que, no futuro, haveria somente as ciências e que estas dariam todas as explicações e revelariam todos os conhecimentos. E a filosofia então poderia desaparecer, pois, como ciência das perguntas, ela perderia a razão de ser.

Uma palavra sobre a “invenção” da eletricidade se faz necessária. Embora haja documentos históricos mostrando que há 2.750 anos antes de Cristo já se conheciam alguns efeitos da eletricidade – caso do peixe-elétrico, que desferia choques ao ser tocado –, a eletricidade se manteve incipiente até por volta de 1600. Somente em 1875 é instalado um gerador na Gare du Nord, Paris, para ligar as lâmpadas de arco da estação, e a primeira hidrelétrica foi construída somente em 1886, nas cataratas do Niágara, na divisa entre Canadá e Estados Unidos.

Porém, não demorou muito e já no início do século 20 perceberam-se defeitos sérios no método científico, e os filósofos começaram a demonstrar que as ciências não detêm princípios e métodos totalmente certos, seguros, rigorosos e infalíveis em sua tarefa de investigação. Disso decorrem resultados precários, falhos, incertos e, muitas vezes, errados. Houve momentos em que a comunidade científica foi acusada de fraudes e falta de fundamento.

O filósofo alemão Edmund Husserl (1859-1938), um gênio reconhecido, passou a propor que a filosofia se ocupasse em fazer estudos rigorosos sobre a própria possibilidade de conhecimento científico e estudar os fundamentos, os métodos e os resultados da ciência. Kant, em sua Crítica da Razão Pura, já havia tratado das circunstâncias e das condições nas quais o homem adquire o conhecimento, como também Hegel (1770-1831), um filósofo complexo, questionava sobre a real capacidade de o homem, como sujeito do conhecimento, ser capaz de apreender e conhecer a realidade exterior.

Foram os limites da ciência que promoveram o renascer da filosofia em seus fundamentos mais sofisticados, como os estudos de lógica dialética e lógica matemática. Nos tempos atuais, a palavra filosofia passou a ser usada em diversos contextos, alguns superficiais e levianos. Mas a filosofia que renasceu é aquela das operações complexas do intelecto e da razão, da que estuda os limites do sujeito do conhecimento em sua capacidade de apreender a realidade exterior, além dos instrumentos e dos métodos da ciência.

*José Pio Martins, economista, é reitor da Universidade Positivo

 

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