Baby blues e depressão pós-parto: quando procurar ajuda?

 

 

 

Baby blues e depressão pós-parto: quando procurar ajuda?

*Por Dr. Sivan Mauer

O nascimento de um filho é considerado um dos momentos mais felizes e esperados pela grande parte das mulheres. Entretanto, algumas desenvolvem quadros depressivos no pós-parto, que podem ser leves ou mais graves. Estima-se que cerca de 50% das mulheres que dão à luz apresentem certa tristeza, disforia e irritabilidade, que costuma ter início no terceiro dia depois do parto e pode durar até 15 dias após o nascimento do bebê, desaparecendo espontaneamente.

O parto gera um estresse muito grande no organismo feminino, então é comum que a mulher apresente quadros de “blues puerperal”, como é chamada essas alterações iniciais de humor. Contudo, mesmo que os sentimentos de tristeza e irritabilidade sejam passageiros ou, em casos mais graves, apareçam apenas semanas após o parto, é preciso ficar atento.

O “blues puerperal”, também conhecido como “baby blues”, gera sintomas depressivos leves, como alternância de humor, exaustão, diminuição da concentração e, até mesmo, insônia. É essencial que os obstetras sejam capazes de distinguir o que é um episódio depressivo de um cansaço habitual em uma mulher que acabou de ter um bebê. Existem alguns fatores que devem ser levados em consideração para o diagnóstico, como histórico prévio de alteração do humor no período pré-menstrual, síndrome depressiva anterior à gravidez, histórico familiar de transtorno de humor, entre outros.

O tratamento da depressão pós-parto é conservador, mas pede a observação constante dessas mães, que precisam de apoio e de uma boa rede de segurança. Geralmente, mulheres que desenvolvem quadros mais graves de depressão pós-parto já apresentaram, em outros momentos da vida, sintomas de transtornos de humor. Nestes casos, o melhor a se fazer é direcionar a paciente para uma avaliação com um médico psiquiatria a fim de entender a melhor alternativa terapêutica. Já para casos mais leves, como o de “baby blues”, a dica é que essas mulheres procurem alternativas para se expor mais à luz solar, como não fechar as cortinas e não usar óculos de sol.

*Dr. Sivan Mauer é médico psiquiatra especialista em transtornos do humor. O profissional é mestre em pesquisa clínica pela Boston University School of Medicine, dos Estados Unidos, e doutor em Psiquiatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)

 

 

 

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Professores refletem importância do acolhimento e debatem novos desafios da educação

Professores refletem importância do acolhimento e debatem novos desafios da educação

Com o slogan "Educação: o Sentimento que nos Une", Sicredi realiza evento online para celebrar 25 anos do Programa A União Faz a Vida e repensar dinâmicas de aprendizagem

A pandemia do novo coronavírus e as consequentes medidas de isolamento social, com o fechamento das escolas, impuseram uma nova dinâmica ao ensino e desafios para educadores e alunos no processo de aprendizagem. Com o objetivo de refletir sobre o sentido da escola e o ato de educar com acolhimento e afetividade, o Summit Educação da Central Sicredi PR/SP/RJ será realizado no dia 28 de outubro. O encontro online deve reunir cerca de sete mil educadores do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

O evento é voltado aos profissionais que participam do Programa A União Faz a Vida (PUFV), principal iniciativa de responsabilidade social da instituição financeira cooperativa e que propõe um modelo de educação baseado na metodologia de projetos. O aluno, por meio da investigação, é estimulado a ser protagonista de seu próprio processo de aprendizagem, ampliando as relações sociais com a comunidade onde está inserido “Há 25 anos, o projeto atua com mais de 1,9 mil escolas com o objetivo de despertar a essência do cooperativismo nas novas gerações e contribuir para uma sociedade mais colaborativa, ética e empreendedora. Por meio da curiosidade, estimulamos nossas crianças e adolescentes a vivenciarem, na prática, valores como cidadania e cooperação”, afirma o presidente nacional do Sicredi e da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Dasenbrock.

Em 2020, com a impossibilidade de ações e formações continuadas em encontros presenciais, o PUFV se adaptou. Os mais de 10 mil professores que integram o programa no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro puderam participar de formação online, realizada por 15 semanas, por meio de intervenções e atividades de aprendizagem. “Sabemos como a atualização constante é importante para os professores e profissionais da educação. Por isso, elaboramos um novo formato para continuar compartilhando o conhecimento, apesar das restrições impostas pela pandemia. Esse movimento se fortalece com o Summit Educação e a possibilidade de gerar novas reflexões, mesmo de forma online, visando à realização de ações cada vez mais significativas nas comunidades”, destaca Dasenbrock.

Programação

O presidente do Sicredi abre o Summit Educação abordando os 25 anos do Programa A União Faz a Vida. Na sequência, o jornalista Daniel Barros, autor do livro “País mal educado: Por que se aprende tão pouco nas escolas brasileiras?”, convidará os participantes a refletirem sobre os sentimentos e sentidos de ser professor e da educação no Brasil.

O evento ainda contará com a participação do diretor do Instituto Ayrton Senna (IAS), Emílio Munaro, que abordará a importância do respeito, empatia e da autoconfiança no processo de aprendizagem.

O acolhimento no processo educacional será tratado durante o evento na participação do psicoterapeuta e orientador profissional Leo Fraiman e do psicólogo clínico e palestrante Rossandro Klinjey. Os dois profissionais, autores de “Como ensinar bem” e “Help: me eduque!”, respectivamente, também abordarão as inspirações e os sentidos que podemos dar à vida. O evento ainda contará com declamações de poesia e músicas tocadas pela Banda Mais Bonita da Cidade.

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A vulnerabilidade do trabalho informal: qual a influência da pandemia?

 

 

 

 

A vulnerabilidade do trabalho informal: qual a influência da pandemia?

*Márcia Glomb

A pandemia causada pelo novo coronavírus potencializou o índice de trabalhadores informais – os mais vulneráveis à crise. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 68% dos trabalhadores que ficaram sem trabalho no segundo trimestre de 2020 (quase nove milhões) foram de postos informais. Até o fim de 2019, essa categoria representava 38 milhões de pessoas.

O que isso significa na prática? Que muitos brasileiros foram dispensados durante a pandemia e que, por serem informais, não tiverem direito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ao seguro-desemprego, ao acerto pelo tempo trabalhado, ao pagamento de férias e 13º, ou a qualquer outro direito garantido se tivesse carteira de trabalho assinada.

Estamos falando apenas da esfera econômica, mas é importante dizer que, além das dificuldades financeiras, o trabalhador também pode ter sua saúde afetada. Há quem precise trabalhar diversas horas durante o dia, exposto, correndo o risco de ser infectado, pois não possui a opção de ficar em isolado em casa, já que necessita de remuneração para a sobrevivência própria e da família.

Nessas horas, mais que a criatividade, torna-se necessária a reinvenção e adaptação. Muitas pessoas começaram a produzir e vender diversos itens artesanais, como pães, bolos, salgados, roupas, sabonetes etc., e o que começou sem pretensão, apenas como um hobby, pode ter se tornado um negócio, provendo a principal fonte de renda do lar.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada no dia 30 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou ao menor nível desde 2012, com 29,4 milhões de trabalhadores registrados. O aumento da taxa de desemprego, de certa forma, predispõe o cidadão a aceitar um cargo mesmo sem os benefícios estabelecidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Outro motivo do avanço do trabalho informal é a preferência de algumas empresas pela contratação de Microempreendedores Individuais (MEIs), visto que essa modalidade demanda menos impostos e não garante ao trabalhador direitos determinados pela CLT, pois não há vínculo formal de emprego.

Com a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) e a consequente flexibilização das Leis do Trabalho, a informalidade tornou-se ainda mais forte e é papel da Justiça garantir que esses vínculos estejam em conformidade com a legislação vigente. Importante ressaltar que ao trabalhar para uma empresa, sem carteira assinada, por exemplo, o funcionário não possui o dever de cumprir horários fixos, com jornada semanal e horas mensais estipuladas. Nesses casos, o trabalhador deve, somente, atender às necessidades do contratante conforme a demanda solicitada, de forma autônoma.

O Direito do Trabalho deve se fazer presente, amparando os trabalhadores que têm seus direitos violados. A informalidade acaba sendo uma saída para milhares de pessoas que precisam de emprego e dinheiro, mas o respaldo do Estado com relação à proteção social, o trato correto das empresas com os trabalhadores e o incentivo a melhores condições de trabalho devem se sobressair.

* Marcia Glomb é advogada especialista em Direito do Trabalho e atua no Glomb & Advogados Associados, também formada em Administração de Empresas

 

 

 

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Mesmo num ano atípico, ainda é tempo de chegar em forma para o verão

 

 

 

Mesmo num ano atípico, ainda é tempo de chegar em forma para o verão

Exercícios físicos orientados, alimentação balanceada e dedicação do aluno são fundamentais para ter o corpo saudável para o verão

Durante 2020, muito se falou sobre a necessidade de se manter ativo, se exercitando, mesmo no período em que grande parte da população estava em isolamento social. Algumas pessoas não conseguiram por diversos fatores e outras cancelaram os planos das academias e agora falta motivação para voltar.

Com o verão chegando, os casos da Covid-19 dando trégua, o brasileiro começa a se animar com a possibilidade de aproveitar um pouco o verão, uma das estações mais amadas por grande parte da população. No entanto, fica a pergunta: é possível entrar em forma para o verão?

Para o personal trainer Fabiano Cristopoliski, aliando boa vontade, controle na alimentação e exercícios físicos orientados é possível sim entrar em forma e se sentir melhor para o verão. “É claro que, não adianta apenas fazer exercícios físicos se o aluno não melhora o padrão da alimentação, se adaptando a uma dieta mais equilibrada”, salienta.

Para aquelas pessoas que passaram o ano sem se exercitar, alguns cuidados devem ser retomados no retorno. “As atividades devem ser realizadas respeitando o limite de cada aluno, pois não adianta começar no pique total, e não dar continuidade. Como também não é recomendável colocar o tênis e sair para correr, ou jogar futebol – por exemplo – com a falta de atividade física, um esforço como esse pode machucar e causar lesões sérias”, alerta Fabiano. “Quando o exercício é orientado, a motivação para a regularidade da atividade física é muito maior. Se a pessoa está acima do peso, são indicados exercícios de baixo impacto para evitar que as articulações não sejam prejudicadas”, ressalta.

A pandemia também trouxe novas formas para se exercitar. Antes, sinônimo de exercício físico era academia. Hoje, depois do isolamento social, as pessoas perceberam que podem treinar nas suas casas, e manter a qualidade de vida, ou ainda, quando viajam, podem manter uma rotina de treinos. “Basta um celular, cabo de vassoura, pesos alternativos e um espaço escolhido da casa”, comenta Fabiano.

Nessa proposta existem várias consultorias esportivas que se adaptaram para essa nova forma de se exercitar. Entre elas a Treine 33, composta por educadores físicos que passam regularmente treinos diferenciados e orientados aos alunos inscritos, via Instagram. “O Treine 33 surgiu no auge da pandemia e a adesão foi muito boa, tanto que se tornou um plano mensal para os alunos, de forma que eles possam escolher criar um novo estilo de vida mais natural, saudável e possam treinar em qualquer local, em casa, na praia, na chácara ou na academia”, reforça Fabiano.

Independente se a pessoa optar pelos treinos online ou presencial, o segredo é paciência e planejamento junto ao educador físico para atingir os objetivos esperados. “Não adianta imaginar que em uma semana de treino alcançará resultados visíveis. A consistência dos exercícios físicos, aliados a dedicação do aluno é que farão diferença no resultado. E melhor do que chegar com o corpo almejado no verão, é ter saúde durante todo o ano”, finaliza Fabiano.

 

 

 

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Segunda doença que mais mata no Brasil tem seus atendimentos reduzidos em até 60% durante a pandemia

 

 

 

Segunda doença que mais mata no Brasil tem seus atendimentos reduzidos em até 60% durante a pandemia

A cada hora de atraso no tratamento de um AVC, cerca de 120 milhões de neurônios morrem e aumentam as sequelas

Pesquisa feita pela Organização Mundial de Derrames (WSO) apontou que os atendimentos a casos de AVC diminuíram em 60% durante os primeiros meses da pandemia do novo Coronavírus. A redução da quantidade de atendimentos se deveu principalmente pelo medo de contágio pela COVID-19. Segundo a Coordenadora de Neurologia do Hospital Marcelino Champagnat, Lívia Figueiredo, muitas pessoas interromperam consultas de rotina e alguns pacientes deixaram de buscar atendimento mesmo apresentando sintomas graves de AVC.

Todos os anos cerca de 100 mil pessoas perdem a vida por causa do acidente vascular cerebral, segundo dados do Ministério da Saúde. Essa doença silenciosa é a segunda causa de morte no país, ficando atrás apenas das doenças cardíacas. Mesmo com a frequência de acometimento maior em pessoas acima de 60 anos, com as mudanças da rotina, o AVC vem sendo observado em adultos com média de idade de 45 anos.

Normalmente, a pessoa sente fraqueza súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar e em muitos casos a perda de visão. “Além disso, outros sintomas comuns são perda de coordenação e equilíbrio, boca torta e dor de cabeça que se inicia de forma súbita e já de forte intensidade. E, nesse momento, o socorro médico deve ser imediato. Quanto mais rápido for realizado o tratamento, maiores são as chances de recuperação completa e menores os riscos de sequelas” comenta a neurologista.

Vale lembrar também que estudos recentes têm mostrado que pacientes com COVID-19 podem ter uma maior incidência da doença. Muitas pesquisas, entre elas a realizada numa força-tarefa entre profissionais de saúde do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, e pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), apontam que a COVID-19 também é uma doença vascular, além de pulmonar. Os estudos são feitos com base em análises, autorizadas por familiares, de pacientes internados no hospital ou que morreram pela doença e que tinham comorbidades como hipertensão arterial, diabetes e obesidade.

Principal causa de invalidez no mundo

A paralisia causada pelo acidente vascular cerebral ocorre pela interrupção de fluxo sanguíneo para o cérebro, seja por entupimento ou rompimento dos vasos. E sem suprimento de sangue, parte do cérebro sofre isquemia e deixa de funcionar. O AVC isquêmico, tipo mais comum e que acomete cerca de 85% dos pacientes, ocorre quando há redução do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral por oclusão do vaso por um trombo/coágulo. Já o AVC hemorrágico ocorre por rompimento de uma artéria do cérebro, por exemplo, por uma rotura de aneurisma e acontece com menos frequência.

As sequelas da doença podem trazer diversas incapacidades, sendo que podem acometer uma em cada quatro pessoas e dependem da parte do cérebro que foi afetada pelo AVC, podendo ser graves e incapacitantes. A neurologista explica que quanto antes for feito o socorro e o atendimento, maiores são as chances de recuperação. A cada minuto sem suprimento sanguíneo, temos a morte de quase 2 milhões de neurônios. Portanto, quanto mais cedo for realizado o tratamento, a recuperação e a redução de sequelas serão mais efetivas.

Hoje, 90% dos casos de AVC estão ligados aos hábitos cotidianos que poderiam ser modificados, de acordo com a Academia Brasileira de Neurologia. Entre eles: evitar o consumo de álcool, parar de fumar, praticar atividade física, manter dieta saudável, realizar o check up de rotina e controlar a pressão arterial.

 

 

 

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