Falta de valorização dos ecossistemas aproxima humanidade da próxima pandemia

 

 

 

Falta de valorização dos ecossistemas aproxima humanidade da próxima pandemia

Prof. Dr. John James Loomis*

A crescente demanda e exploração de recursos naturais alteraram os ecossistemas e levaram as populações humanas a cada vez mais se aproximarem de animais selvagens que podem ser vetores de doenças. Acredita-se que o surto de Covid-19 começou em um mercado úmido, na China, quando a doença foi transmitida de um morcego para um pangolim, e de um pangolim para um humano. Além disso, o tráfico de animais selvagens e outros problemas ambientais relacionados à alteração, destruição e invasão de ecossistemas pela humanidade aumentam a probabilidade de doenças zoonóticas contaminarem populações humanas e atingirem níveis endêmicos.

Isso não é apenas uma teoria. Aconteceu com o vírus de Nipah, em 1999, na Malásia; com o vírus SARS, em 2003, na China; com o vírus Ebola, em 2014, na Guiné, e com os vários casos de influenza (gripe aviária, suína, etc.) que o mundo já enfrentou. Todos esses surtos surgiram de animais e, no caso do vírus de Nipah e do Ebola, devido à aproximação de populações em ecossistemas outrora isolados.

Há várias causas da destruição e invasão dos ecossistemas, porém, as mais relevantes são o crescimento da população humana global, a urbanização e a industrialização da agricultura. O crescimento populacional resulta no aumento da procura por recursos naturais. A tendência de migração para centros urbanos resulta na sua contínua expansão. Esses centros urbanos sempre sobrecarregam mais os ecossistemas por serem grandes consumidores de materiais e energia e também por produzirem altas quantidades de resíduos e esgoto, que acabam impactando o ambiente. A industrialização da agricultura resulta em monoculturas, que ameaçam a biodiversidade e a resiliência dos ecossistemas. Insetos e roedores, por serem vetores principais de doenças, tendem a ser os animais que mais se beneficiam desses impactos antropogênicos. Além disso, o uso excessivo de pesticidas, medicamentos e outros contaminantes que são lançados no ambiente acarretam em mudanças genéticas em microrganismos e aumentam a probabilidade dessas doenças zoonóticas alcançarem populações humanas.

Essas tendências não acontecem por acaso. Os motores centrais da destruição e invasão dos ecossistemas são econômicos e sociais e requerem soluções complexas que, por conseguinte, dependem de profissionais com visão interdisciplinar. São necessárias também pesquisas que fundamentem a proposição de políticas públicas de incentivo para que todos os envolvidos (sociedade, governo, empresas privadas, ONGs) valorizem esses benefícios dispersos e possam, cada vez, mais negar mercados que não considerem os custos verdadeiros das atividades humanas.

A pandemia que estamos vivendo e seus impactos multidimensionais (ambientais, sociais, econômicos e governamentais) nos fazem refletir sobre cenários futuros de dificuldades que ainda enfrentaremos diante de outros problemas altamente complexos, como as mudanças climáticas. Para resolver tais desafios multidimensionais, é importante que os governos orientem suas decisões a partir do fortalecimento da educação e da ciência, porque embora não possamos evitar a próxima pandemia, podemos tomar medidas para recuperar e fortalecer os ecossistemas que, em última instância, servem como barreiras para o surgimento de doenças.

*Prof. Dr. John James Loomis, doutor em Gestão Ambiental, mestre em Gestão Internacional de Fluxos de Materiais (Trier University of Applied Sciences); bacharelado em Ciências Políticas e Filosofia (American University). É professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental (PPGAMB) e da Business School na Universidade Positivo (UP)

 

 

 

 

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Violência contra a mulher é tema do Movimento UMA

 

 

 

 

Violência contra a mulher é tema do Movimento UMA

Serão diversas ações on-line realizadas em outubro, que iniciam nesta terça, dia 6, e que discutem questões do universo feminino

A violência contra a mulher, acentuada durante o confinamento, é uma das pautas do Movimento UMA. Em abril, quando o isolamento social imposto pela pandemia completava mais de um mês, a quantidade de denúncias de violência contra a mulher recebidas no canal 180 cresceu quase 40% em relação ao mesmo período de 2019. As informações são do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH).

A ex-modelo e empresária Luiza Brunet sentiu na pele as feridas da violência, que a acompanham desde pequena, e é uma das presenças confirmadas no Movimento UMA. Ela foi testemunha de violência doméstica na infância, vítima de abuso sexual aos 12 e agredida pelo ex-companheiro aos 54 anos. Faz pouco tempo que resolveu denunciar os episódios. Na visão dela, a violência contra mulheres é fundamentalmente por gênero. “É por isso que precisamos lutar. Denunciando, essa questão se manterá viva. Precisamos fortalecer as mulheres a tomarem coragem e denunciar sempre. Acho fundamental que movimentos como o UMA falem abertamente disso, que é um problema de grande magnitude no nosso País”, afirma.

A promotora Gabriela Manssur, idealizadora do Projeto Justiceiras, que atua no combate de violência doméstica, também participa do evento e destaca que a violência contra a mulher perpassa uma questão de machismo estruturante. “Os réus que cometem esse tipo de delito repetem um comportamento que aprenderam por gerações e gerações, de que a mulher é seu objeto e sua propriedade. Além da violência em si, a violência de gênero vem ‘justificada’ por anos e anos de reconhecimento do próprio Direito, de que a mulher não era um sujeito a ser protegido e sequer tinha autonomia de vontade”, ressalta.

Na opinião da líder no Paraná do Projeto Justiceiras, Mariana Bazzo, as melhores estatísticas de prevenção desse tipo de violência se referem à mudança de cultura da sociedade, ou seja, envolvem políticas públicas que ultrapassem o mero punitivismo. “Há uma lacuna também no atendimento especializado às mulheres e às famílias por meio do sistema único de assistência social e de saúde, que deveriam receber maior importância, inclusive, no orçamento específico”.

Claudia Montanha, Tesoureira da Caixa de Assistência dos Advogados do Paraná, explica ainda que uma das medidas que pode ser aplicada pelo juiz em caso de violência doméstica é o comparecimento do agressor a programas de recuperação e de reeducação, além do acompanhamento psicossocial “Esse atendimento pode ser individual ou por meio de grupos de apoio, como prevê a legislação Maria da Penha. Ou seja, há uma busca pela recuperação do agressor. Esses programas são formados por operadores do direito, psicólogos e profissionais de assistência social”, conta.

A especialista reforça que no Paraná já existem iniciativas que buscam reabilitar esse agressores, numa ação conjunta do Judiciário com o Ministério Público. “Em Cianorte, num universo de 600 homens que participaram de programas de recuperação, apenas quatro reincidiram no cometimento de atos de violência familiar. Temos cidades onde a reicindência foi zero. Acredito muito nesses tipo de programa de reabilitação, principalmente porque a participação dos agressores é obrigatória. Além do resgate do aggressor, é necessário também investir em ações de prevenção e conscientização contra a violência doméstica, com adoção de políticas públicas relacionadas com essa temática”, complementa Claudia.

Movimento UMA começa nesta terça

Na próxima terça, dia 6 de outubro, inicia a programação do Movimento UMA - Movimento Integrado para o Empoderamento das Mulheres. A ação, que está sendo cocriada com várias líderes de grupos das mulheres e comandada pelo MEX Brasil – Espaço Mulheres Executivas – e Grupo Mulheres do Brasil, é ousada: o objetivo é impactar pelo menos 1 milhão de pessoas, ao longo do mês de outubro de 2020. Todos os eventos serão on-line para respeitar a medida de isolamento social, em virtude da pandemia da Covid-19. A programação completa está disponível no hotsite: www.movimentouma.com.br.

O Movimento UMA conta com a participação ativa de grupos, entidades, organizações e empresas que desejam atuar no empoderamento feminino e trazer o tema para a agenda da sociedade e, sobretudo, estimular o desenvolvimento de soluções para os problemas que permeiam o cotidiano das mulheres. “A união é uma forma de aproximar as mulheres para participarem, de mãos dadas, nas diversas reflexões dos dilemas diários enfrentadas pelo público feminino. Os homens, a sociedade, as empresas também estão sendo convidados a refletirem sobre as diversas causas e propostas concretas para a resolução das dores que permeiam a vida delas”, diz Regina Arns, Presidente do MEX Brasil, Diretora da Lapidus Network e também líder do Núcleo Curitiba do Grupo Mulheres do Brasil, que é idealizadora do Programa.

Personalidades reconhecidas no mundo dos negócios e das empresas, no meio artístico e no cenário político estarão juntos para discutir diversas questões. Já estão confirmados nomes como Miguel Krigsner (Fundador do Boticário), Janete Vaz (Cofundadora do Grupo Sabin), Rachel Maia (CEO RM Consulting Consumer Goods), Sandra Pires (jogadora de voleibol e Medalhista Olímpica), Preta Gil (empresária, cantora e apresentadora) e Ana Fontes (Fundadora da Rede Mulher Empreendedora).

Programação de 06 a 08 de outubro

6/10 – 19 horas (Facebook: https://www.facebook.com/movimentoumabr)

O Movimento UMA começa com uma live que vai reunir Janete Vaz (Cofundadora do Grupo Sabin), Ricardo Gondo (CEO Renault), Miguel Krigsner (Fundador Grupo Boticário) e Rachel Maia (uma das CEOs mais influentes dos Brasil e criadora da Capacita-me, que prepara mulheres para o mercado de trabalho). O tema da live será “A força das conexões como alavanca da transformação”. A mediação será feita Regina Arns, idealizadora do Movimento UMA e Presidente do MEX Brasil e Diretora da Lapidus Network; Silvana Pampu, Gerente de Recursos Humanos na Renault do Brasil e membro do Comitê Executivo do Movimento UMA; e Ana Mora Rojas, executiva da Volvo do Brasil.

7/10 – 19 horas

Solange Sobral (EVP CI&T) e Ju Ferraz (Diretora Executiva da Holding Clube) comandam a live “Empoderamento feminino 360 graus”. A mediação será feita por Lênia Luz, fundadora do Empreendedorismo Rosa e líder do Comitê de Empreendedorismo do Grupo Mulheres do Brasil, núcleo Curitiba; além da líder dessa entidade, Margaret Groff.

8/10 – 19 horas

Ana Fontes e Luiza Brunet refletem sobra “A importância do empreendedorismo no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a Mulher”. Luciana Burko, presidente da Câmara da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios de Curitiba (CMEG); e Silmara Montes, Líder do Projeto Justiceiras em Curitiba e Líder do Comitê de Combate à Violência contra a Mulher do Grupo Mulheres do Brasil, fazem a mediação.

Sobre o Movimento UMA

O Movimento UMA é colaborativo e voluntário. Trata-se de uma iniciativa inédita no Brasil, fruto da parceria entre o setor público e privado, ativistas e grupos genuinamente engajados nas causas das mulheres. Surgiu na esteira do Outubro Rosa e o seu objetivo é aproveitar os holofotes desse movimento global para refletir sobre outras questões que também são urgentes para o bem-estar do público feminino, que vão além da saúde física. O nome do movimento traduz literalmente seu propósito: a união do público feminino para lutar por diversas causas inerentes à mulher, a soma de todos os clamores em UMA única voz.

 

 

 

 

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Um lugar chamado "Fazer o Certo" e a pandemia

 

 

 

Um lugar chamado "Fazer o Certo" e a pandemia

André Chehadi*

Existe um lugar chamado “Fazer o Certo”. Nele mora um povo especial. Gente que tem empatia, integridade, ética e patriotismo. Povo que cuida da saúde, cuida do próximo, cuida de quem tem problemas e pendências. Fiel da balança entre trabalho e vida pessoal. Um lugar onde a sociedade se comporta, retroalimenta o sistema de integridade, encoraja os inseguros e dá sensatez para os incautos. Seu grande desafio é fazer o correto e sonhar com o abstrato, educar e, ao mesmo tempo, punir, plural e singular, exercer o ofício com sensibilidade e razão, abraçar sem colocar as mãos.

Completamos seis meses de pandemia e, neste período, vivemos uma nova realidade. São meses em que experimentamos esse “novo normal”, meses que vivemos algo real, algo intenso, algo vivo em nossas vidas. Com certeza, você já viveu experiências marcantes nesses seis meses.

Se alguém me perguntar o que tenho aprendido com essa pandemia na minha vida profissional, eu diria que aprendi a olhar e ouvir meus colegas e minha equipe de forma mais humanista. Quando estou em uma chamada e, do outro lado, escuto ou vejo uma criança falando com sua mãe, alguém trazendo uma xícara de café para seu marido ou esposa que está em call, um cachorro latindo, um gato andando no laptop na frente da câmera ou alguém limpando a casa, eu simplesmente sorrio. E eu faço isso porque me faz sentir mais perto deles. Me faz sentir que somos humanos, que somos maridos, esposas, filhos, netos, tutores de animais de estimação. Que temos algo em comum.

No escritório, estávamos centrados e focados em ser o estereótipo do profissional perfeito, evitando atender chamadas de casa, mostrando que nossa vida pessoal e profissional não se misturam. Trabalhar em casa desmontou todo esse estereótipo. Foi a melhor lição apreendida.

Muito se tem falado também sobre corrupção na pandemia, fraudes, golpistas têm criado estratégias novas para fazer com que a população caia em golpes, principalmente na internet, onde o consumo foi acelerado pelo isolamento social. A capacidade de adaptação do brasileiro é proporcional à experiência adquirida. E nós temos dois séculos de experiência em crises. E aprendemos uma coisa importante: conforme a situação, ficamos tremendamente eufóricos ou profundamente deprimidos.

Apesar do sentimento de esgotamento do distanciamento social é necessário que todos continuem seguindo os cuidados recomendados: uso de máscara nos espaços públicos, manter a higiene, respeitar o distanciamento, usar álcool em gel, evitar festas, evitar contato físico. São nesses pequenos detalhes que fazemos a diferença. Não é porque estamos esgotados que significa que a pandemia acabou ou que os riscos e mortes acabaram. Bem-vindo a um lugar chamado "Fazer o Certo". Eu preciso, você precisa, nosso país precisa, todos precisamos.

* André Chehadi é Chief Compliance Officer (CCO) da Tecnobank

 

 

 

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Instituto L. Kaesemodel lança a campanha: Vista Esta Causa

 

 

 

Instituto L. Kaesemodel lança a campanha: Vista Esta Causa

O Projeto Eu Digo X, do Instituto L. Kaesemodel, lança a campanha “Vista Esta Causa”, que tem como finalidade, além de divulgar a respeito da Síndrome do X Frágil – ainda pouco conhecida, arrecadar fundos para a realização de exames genéticos.

Devido a pandemia vivenciada em 2020, o laboratório parceiro do Projeto Eu Digo X suspendeu os exames para diagnóstico da Síndrome do X Frágil, como forma de segurança aos pacientes. “Devido a essa paralisação, aumentou a espera de familiares pelo exame, acumulando mais de 650 exames a serem realizados pelo Brasil, somente em parceria com o Instituto”, explica Rafaela Kaesemodel, Coordenadora de Captação de Recursos do Instituto L. Kaesemodel e idealizadora do Projeto Eu Digo X.

As camisetas, disponíveis nas cores preta e branco, serão comercializadas pelo valor de R$30 cada, mais o frete. Toda a renda obtida com as vendas será destinada integralmente para a realização do exame PCR (Polymerase Chain Reaction) para detecção genética da Síndrome do X Frágil. Para adquirir as camisetas, basta enviar mensagem para o celular (41) 9 9103-4847 ou pelas redes sociais @eudigox.

A campanha conta com a participação de crianças e adolescentes diagnosticados com a Síndrome do X Frágil, com as idealizadoras do Projeto Eu Digo X, as irmãs Sabrina Muggiati e Rafaela Kaesemodel, e diversos amigos que vestiram a causa. Eu Digo X e você?

 

 

 

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Novozymes apresentará painel de sustentabilidade no Household Summit

Novozymes apresentará painel de sustentabilidade no Household Summit

Nos próximos dias 06 e 07 de outubro, a Novozymes marcará presença o evento Household Summit, no painel Sustentabilidade. Este é o evento mais completo sobre tecnologia e inovação em produtos de limpeza e afins. Um dos painéis do seminário será sobre sustentabilidade e contará com a participação da gerente regional de Sustentabilidade, Angela Fey, que falará sobre as estratégias e desafios de implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS – ONU) e os impactos no setor de produtos de limpeza. O evento é online e as inscrições podem ser feitas no site: www.householdsummit.com.br

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