O texto sobre consciência negra que você estava esperando

 

 

 

O texto sobre consciência negra que você estava esperando

Rafaela Dalbem*

Já tinha passado do meio de outubro quando o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou o lançamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Para quem não conhece a publicação, o anuário organiza informações que são fornecidas por fontes oficiais da Segurança Pública (em diversas esferas) e, no documento desse ano, aquilo que os movimentos sociais vêm dizendo há tempos se concretizou mais uma vez: a população jovem (com menos de 35 anos), masculina e negra é a que mais sofre com violência intencional (e institucional) no Brasil. Um dado que choca, mas não surpreende se você está minimamente ligado nas notícias.

Lendo o título e o primeiro parágrafo do texto, imagino que você deva estar preparado para um texto que vai dissecar os tipos de racismos, as estatísticas de violência no país e escancarar estereótipos que há muito tempo não são mais aceitáveis. Certo? Espero que não... Para evidenciar o período de propaganda da consciência negra que se avizinha (ou já está por aí), resolvi ir por outro lado e trazer uma prática que aplicava com meus alunos do 8º ano do Ensino Fundamental.

Por conta de traquejo pedagógico, antes de fazer outros apontamentos, quero saber se você conhece o termo afrofuturismo. Veja bem, preciso de antemão dizer que não sou especialista no assunto, mas, de maneira muito objetiva (e, portanto, passiva de generalizações em exagero), afrofuturismo é a ideia fantástica de considerar os negros no futuro. Essa corrente que tem uma forte pegada estética surgiu da hipótese de falta de presença negra no futuro – e essa hipótese é baseada em dados, do presente e do passado, das populações negras (e eu realmente torço para que você não esteja esperando que nesse momento eu descreva sobre os males da colonização e suas heranças, estou partindo do princípio de que você já sabe sobre isso ou vai pesquisar por si). Mas, enfim, é isso mesmo, afrofuturismo é um conjunto estético que influencia na música, na literatura, no cinema e na moda, levando em consideração a diáspora africana e, consequentemente, muito de suas tradições.

Nomes e títulos do âmbito internacional são Sun Ra, Octavia Butler, HQ do Pantera Negra (Marvel), Erykah Badu, Jannelle Monáe, Beyoncé, o duo Ibeyi e Rihanna. No Brasil ,temos a valorização da estética africana e suas tradições na obra de Elza Soares, Xênia França, Conceição Evaristo, Ale Santos e Fábio Kabral (e vários mais).

Uma das coisas mais legais que li até agora sobre o termo veio da repórter Rebeca Oliveira, quando ela escreve que “mais do que uma corrente estética e cultural, o afrofuturismo vem para mostrar utopias possíveis para o povo preto”. Essa frase, justamente por conter a contradição de “utopias possíveis”, fez com que eu me lembrasse especificamente de um trabalho realizado com algumas turmas de 8º ano, quando, ao ser responsável pelo conteúdo de Geografia da África, buscava não contar apenas uma geografia daquele continente (e aqui estou numa paráfrase escancarada do vídeo “O perigo de uma história única”, da nigeriana Chimamanda Adichie). Naquele período em que estava em sala eu não conhecia o termo que trouxe nos parágrafos anteriores, mas buscava fontes que falassem em outras direções daquelas que estavam expostas no dia a dia. Sabe por quê? Mostrar outros lados ajuda na ponderação e na alteridade. Qualidades fundamentais para gerar, de fato, consciência.

É claro que não vou descrever aqui o trabalho que era feito com os alunos, não tem espaço pra isso, mas se quiser mais nomes para ajudar a desenvolver a sua consciência negra, que tal começar por conhecer as pessoas e as obras de Ondjaki, Chimamanda Adichie, Chinua Achebe, Paulina Chiziane, Mia Couto, Pepetela, Ayaan Hirsi Ali, Immaculée Ilibagiza, Ishmael Beah, Wole Soyinka, Nadine Gordimer e Futhi Nstshingila?

*Rafaela Dalbem é assessora de Geografia do Sistema Positivo de Ensino

 

 

 

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Em comemoração ao Natal, Palladium Curitiba sorteia carro importado e distribui brinde exclusivo aos clientes

 

 

 

Em comemoração ao Natal, Palladium Curitiba sorteia carro importado e distribui brinde exclusivo aos clientes

Consumidores podem trocar notas fiscais entre os dias 16 de novembro e 17 de janeiro para concorrer a um Volvo XC40 zero-quilômetro

Para celebrar o Natal, o Palladium Shopping Center Curitiba realiza duas campanhas especiais a partir do dia 16 de novembro: os clientes podem trocar as notas fiscais por uma petisqueira exclusiva da Oxford Porcelanas e ainda concorrer a um carro zero-quilômetro.

Na promoção “Compre e Ganhe”, com R$ 650 em compras, os consumidores poderão retirar a petisqueira no piso L3 do shopping (até esgotar o estoque disponível). “Gostamos de presentear os clientes com itens exclusivos e que façam parte do dia a dia. O brinde foi escolhido para complementar os outros kits que já entregamos em outros momentos, como o prato de bolo e as travessas gourmet. Os clientes podem escolher entre três cores de pestisqueira, que vão agradar a todos os gostos”, explica a gerente de marketing do Palladium Curitiba, Cida Oliveira.

Para participar do “Compre e Ganhe”, é permitida a retirada de uma petisqueira por CPF no Posto de Trocas, que funcionará até o dia 24 de dezembro ou enquanto durar o estoque.

Já na campanha “Compre e Concorra”, a cada R$ 200 em produtos do shopping os clientes concorrem a um Volvo XC40 zero-quilômetro. Para participar, os cupons podem ser depositados no Posto de Trocas, localizado no piso L3, até o dia 17 de janeiro.

O regulamento completo da campanha de Natal do Palladium Curitiba pode ser consultado no site https://www.palladiumcuritiba.com.br/.

Papai Noel no shopping

Além de participar das promoções, os clientes podem encontrar o bom velhinho e conhecer a "Casa Mágica do Papai Noel". No piso L2, o bom velhinho está recebendo de forma presencial os clientes do shopping - que vem seguindo todas as orientações para evitar a disseminação do novo coronavírus. Com a interação acontecendo através de um vidro e sem contato físico, o Papai Noel recebe os adultos e crianças para registrar o momento e ouvir os pedidos.

Além disso, há um trenzinho que passeia pela "Casa Mágica do Papai Noel". Na atração, um carrinho transporta os visitantes para uma experiência mágica: a medida em que os carrinhos percorrem os trilhos, luzes se acendem e narram uma história natalina. Ao todo, são cinco cenários com detalhes, personagens e efeitos luminosos e sonoros.

A decoração de Natal, criada por Cecilia Dale, fica no Palladium Curitiba até o dia 6 de janeiro.

 

 

 

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A nova geografia eleitoral no Brasil e nos EUA

 

 

 

A nova geografia eleitoral no Brasil e nos EUA

O calendário político brasileiro e norte-americano encerra o mês com uma nova geografia eleitoral. Os resultados expressam novas prioridades da maioria da população de ambos os países. Seja nas eleições majoritárias nos Estados Unidos, seja nas eleições proporcionais no Brasil, as novas lideranças eleitas expressam o movimento de preferências do eleitor.

A maior parte do eleitor norte-americano interrompeu a onda conservadora representada pela fração do partido republicano na figura do presidente Donald Trump. Em uma eleição disputada voto a voto, frustrar a possibilidade de um segundo mandato de Trump é um sinal de que o eleitor estratégico, situado nos estados chave, engajou-se em mudar o comando da Casa Branca para os democratas.

Em parte, esse resultado deve-se a estratégia eleitoral dos democratas de usar os votos pelo correio, como uma fórmula de facilitar o voto. Uma decisão tática que se utilizou das características do modelo de votação facultativo a favor de Joe Biden. Promover incentivos para o eleitor votar é um dos fundamentos do sucesso eleitoral nesse sistema.

Em segundo lugar, esse eleitor identificou a marca central da campanha: moderação e inclusão. Biden foi identificado por esse eleitor como o político de perfil moderado, disposto a costurar acordos e governar para toda população. Em contraste ao perfil de ruptura e de centralização de Donald Trump. Mas foi sobretudo das ruas, da força social da população negra, e dos movimentos que ocuparam as ruas dos EUA, após a morte de George Floyd, que o partido democrata soube incorporar para a candidatura o nome da vice-presidente e potencial presidenciável para 2024 a procuradora Kamala Harris.

Em meio ao choque exógeno da pandemia, a desaceleração econômica global e a crise humanitária deriva dos impactos desse evento. Os Estados Unidos redirecionaram os rumos da Casa Branca.

A semana seguinte foi a vez do eleitor brasileiro se manifestar. As eleições para vereadores e prefeitos no Brasil redefiniu a Geografia eleitoral dos municípios brasileiros. Um termômetro para as eleições majoritárias de 2022. Assim como o novo perfil dos cabos eleitorais, que representam a base política de deputados, senadores, governadores e presidente. O federalismo brasileiro move-se politicamente pela influência mútua, entre a força da elite política municipal e estadual. A elite municipal é a ponta do contato com o eleitor e o termômetro partidário do sistema. A elite estadual é o corpo e o cérebro desse sistema.

E qual é a nova fotografia da base municipal desse sistema político-eleitoral? Um avanço dos partidos de centro-direita, uma perda de força da direita extrema e uma reacomodação das novas forças da esquerda nos executivos municipais. O símbolo desse movimento pode ser ilustrado pelo crescimento do partido Democrata, ocupando mais de 400 prefeituras no Brasil e a perda de força do Partido dos Trabalhadores, ocupando menos de 200 prefeituras. Em 2012, esses números eram 200 e 600, respectivamente.

No caso da ascensão de novas lideranças de esquerda, o caso da disputa pela prefeitura da cidade de São Paulo, que é historicamente o município com maior potencial de projetar candidatos a presidente, a candidatura de Guilherme Boulos pelo PSOL é o símbolo desse movimento.

Enfim, estabelecer paralelos entre dois países e sistemas políticos com histórias próprias, é uma tarefa controversa. Cada qual possui uma dinâmica interna própria. No entanto, a cronologia das últimas semanas impôs essa comparação. Apesar de habitarmos em territórios separados, existe um grau de interdependência, que conecta os indivíduos. Os veículos de comunicação, a mídia internacional, os fluxos migratórios, as relações comerciais, a cooperação política, as relações diplomáticas, diminuem essas distâncias e forçam o contato e os impactos. Claro, isso ocorre mais do norte para o sul. Da potência global para a potência regional.

Entretanto, encontramos paralelos. A nova Geografia eleitoral nos EUA e no Brasil representa um movimento de retorno a uma direita moderada e a formação de novas lideranças progressistas com potencial de crescimento para os anos futuros. Biden e Harris representam isso nos EUA. O espaço ocupado pelo centrão, acompanhado de lideranças progressistas com potencial de projeção nacional, como é o caso do PSOL, é o símbolo desse movimento no Brasil.

Autor: André Frota é professor de Relações Internacionais, Ciência Política e Geografia no Centro Universitário Internacional Uninter

 

 

 

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Regressão do desenvolvimento e depressão infantil durante a quarentena

 

 

 

Regressão do desenvolvimento e depressão infantil durante a quarentena

Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista em gestão escolar, fala sobre como os pais e professores podem ajudar nesses casos

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é um transtorno mental que acomete mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Transtornos psiquiátricos, perda de um ente querido, crises na família e épocas de isolamento social, como a que estamos vivendo desde o início de 2020, são alguns dos fatores que podem desencadear o transtorno, seja em adultos ou crianças.

Apesar de raro, os casos de depressão infantil aumentam a cada dia. Dados revelados pela OMS mostram que esse transtorno é a principal causa da incapacidade em realizar tarefas simples do dia a dia entre jovens de 10 a 19 anos. Aqui no Brasil, estima-se que 1 a 3% da população entre 0 e 17 anos tenha algum quadro depressivo. E quem sofre com esse tipo transtorno pode desenvolver problemas nas mais diversas áreas da vida, como na escola, no trabalho ou no meio familiar.

Dados recentes do órgão de regulação e inspeção educacional do Reino Unido (Ofsted) mostram que a maioria das crianças regrediu em algum aspecto do desenvolvimento durante quarentena. Segundo o estudo, a faixa etária mais afetadas pela quarentena foi a do ensino infantil, principalmente em famílias que os pais trabalham fora de casa e não contam com tempo disponível para auxiliar as crianças nas tarefas da escola e do dia a dia.

De acordo com Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga especialista em gestão escolar, uma criança pode ficar tão deprimida quanto um adulto, o que muda é a forma como é interpretado este comportamento. “Pais e professores devem estar sempre atentos ao comportamento e as emoções da criança”, afirma. Ouvir as histórias, perguntar como foi o dia e tentar entender a mudança repentina de humor e atitudes são algumas das dicas para resolver o problema da melhor maneira possível.

No caso das aulas virtuais, crianças com quadro depressivo necessitam da ajuda de um profissional para encontrar o prazer em estudar. “O professor deve estar atento ao que acontece durante a aula, dando atenção e incentivando cada um de acordo com suas necessidades”, explica. Para a especialista, a atuação da equipe pedagógica também é de suma importância em todo esse processo. “O trabalho com essa criança tem que ser em conjunto. Só assim vamos conseguir possibilitar a recuperação efetiva da criança com depressão”, detalha.

Para os pais e responsáveis, as medidas são as mesmas: ter um olhar mais carinhoso e cauteloso, a fim de ajudar a criança no desenvolvimento de seu autoconceito em relação aos outros. “As crianças precisam de muita atenção. Elogie e incentive quando ela estiver fazendo alguma coisa. Ela precisa entender que é importante, que tem pessoas que gostam dela, que a respeitam e querem seu bem”, completa Ana Regina Caminha Braga.

 

 

 

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Boqueirão recebe nova sede da Rede Solidária de Curitiba

 

 

 

Boqueirão recebe nova sede da Rede Solidária de Curitiba

Projeto pioneiro coleta e comercializa doações que ajudam pessoas com deficiência, idosos, crianças e adolescentes de quatro entidades beneficentes

Na próxima quarta-feira, dia 25 de novembro, a partir das 9h, a Rede Solidária inaugura sua nova sede, na Avenida Nossa Senhora da Paz, número 1.041, no Boqueirão. Trata-se de uma organização social de Curitiba que presta apoio financeiro para outras quatro instituições: Afece, FEPE, Lar dos Idosos Recanto Tarumã e Hospital Pequeno Príncipe.

Desde 2006, o projeto pioneiro faz coleta de doações e realiza bazares para levantar fundos que são repassados para as entidades. A Rede Solidária viabiliza o comércio de itens como roupas, calçados, brinquedos, artigos de decoração, eletrodomésticos e móveis, novos ou usados, em boas condições, com valores acessíveis. O montante beneficia benfeitorias para pessoas com deficiência, idosos e mais de 25 mil crianças e adolescentes. Todo o trabalho é voluntário. Para conhecer o bazar acesse: http://www.redesolidariacuritiba.com.br.

Serviço:

Inauguração da nova sede da Rede Solidária

QUANDO: 25/11/2020

HORÁRIO: A partir das 9h

ONDE: Av. Nossa Senhora da Paz 1.041, Boqueirão

Contato: Robson Souza – 41 99266-5857

Gestora: Letícia Moritz - 41 99134-2761

 

 

 

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