Empreender por necessidade e não por oportunidade é um risco, diz especialista
Para a professora Adriane Moskalewicz, abrir um negócio sem antes analisar o mercado e procurar por oportunidades de atuação aumenta o risco de insucesso
O segundo trimestre de 2016 marcou um número expressivo de pessoas desempregadas no Brasil: cerca de 11,6 milhões, de acordo com dados do IBGE. O número representa um aumento de quase 40% no número de sem emprego, em relação ao mesmo trimestre de 2015. Sem trabalho, muitas pessoas decidem apostar em uma área que está em franco crescimento: o empreendedorismo.
No entanto, para a professora de varejo, comportamento do consumidor, comunicação e marketing da Faculdade Cesumar de Curitiba, do Grupo Educacional Unicesumar, Adriane Moskalewicz, o erro de muitos profissionais que apostam no empreendedorismo é abrir um negócio pela necessidade e não pela oportunidade. “Quando você abre um negócio apenas pela necessidade você será apenas mais uma empresa e a taxa de insucesso pode ser muito grande”, afirma.
De acordo com Adriane, o essencial é procurar oportunidades de negócio que realmente tornem o empreendimento viável. “Quando você analisa muito bem o mercado e verifica qual a demanda a ser atendida, seja algum produto ou serviço, a taxa de sucesso é muito maior. Hoje temos empresas que em dois, três anos fecham. Por isso, não é só empreender, mas fazer com que o negócio seja, de fato, lucrativo e gere retorno”, explica.
Além disso, a professora enfatiza que o empreendedor precisa ter a noção de que assumindo um negócio, muitas responsabilidades vão acompanhá-lo no desenvolver da empresa. “É preciso ter planejamento, visão de mercado e ter em mente que você vai trabalhar muito mais, vai viver o seu negócio 24 horas por dia, não só 8h de atividades normais, pois elas irão com você para casa”, enfatiza.
Adriane ressalta que a principal dificuldade de um empreendedor - especialmente aqueles que acabaram de sair de um emprego formal, com carteira assinada -, é a questão da disciplina financeira. “Hoje os empreendedores não têm visão de pessoa jurídica. É necessário formalizar o negócio e dividir a remuneração entre aquilo que é da empresa e aquilo que será o seu salário”, orienta.
Segundo ela, essa divisão é essencial para que o empreendedor tenha uma real noção da situação da empresa. “Quando você mistura a remuneração e não sabe o que é seu e o que é da empresa, pode ter uma falsa percepção de sucesso, porque o dinheiro está entrando, mas você não vê como está saindo. Acaba não tendo capital de giro para manter o seu negócio e não reinveste para trazer novidades”, esclarece.
Por fim, a professora afirma que a principal característica de um empreendedor é ser inovador. “O empreendedor não pode ser apenas mais um. Precisa entregar algo que resolva a vida do cliente de alguma forma. Não é necessário criar algo totalmente novo, totalmente diferente. Inovação é fazer algo de forma diferente e que seu cliente perceba, como por exemplo, aplicar serviços em cima de produtos”, enfatiza.