Dia Mundial de Combate à Sepse – 13 de setembro

Dia Mundial de Combate à Sepse – 13 de setembro 

Irinei Melek, médico e coordenador clínico do Hospital Angelina Caron e Vice-Presidente da Sociedade Paranaense de Pneumologia e Fisiologia, faz um alerta sobre esse inimigo silencioso 

Ainda desconhecida por grande parte da população, a sepse é um inimigo silencioso e pode ser fatal. Também chamada de infecção generalizada, a sepse é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo, produzidas por uma infecção. “Na verdade, não é a infecção que está em todos os locais do organismo. Por vezes, a infecção pode estar localizada em apenas um órgão, mas provoca em todo o organismo uma resposta com inflamação numa tentativa de combater o agente da infecção. Essa inflamação pode vir a comprometer o funcionamento de vários dos órgãos do paciente”, explica o intensivista Irinei Melek, da equipe médica do Hospital Angelina Caron. 

Dados do Instituto Latino Americano da Sepse revelam que o problema é responsável por 25% da ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Brasil. Atualmente a sepse é também a principal causa de morte nas UTIs e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. Tem alta mortalidade no país, chegando a 65% dos casos. 

O grupo de maior risco para a sepse está entre prematuros; crianças abaixo de um ano; idosos acima de 65 anos; pacientes com câncer, AIDS ou que fizeram uso de quimioterapia ou outros medicamentos que afetam as defesas do organismo; pacientes com doenças crônicas como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e diabetes; usuários de álcool e drogas e pacientes hospitalizados que utilizam antibióticos, cateteres ou sondas. “Mas é preciso estar atento, pois qualquer tipo de infecção, leve ou grave, pode evoluir para sepse. As mais comuns são a pneumonia, infecções no abdomee infecções urinárias. Por isso, quanto menor o tempo com infecção, menor a chance de surgimento da sepse”, alerta o médico. 

A infecção generalizada não tem sintomas específicos. Por isso, o médico Irinei Melek ressalta que qualquer pessoa que esteja com alguma infecção, que apresente febre, aceleração do coração, respiração mais rápida, fraqueza, falta de ar e pressão baixa deve procurar imediatamente um atendimento médico. “A melhor estratégia no combate à sepse é o tratamento rápido das infecções.” 

Prevenção 

O médico do Hospital Angelina Caron ressalta que o risco de sepse pode ser diminuído. “Respeitar o calendário de vacinação e fazer a higiene adequada das mãos quando visitar um paciente internado são medidas que contribuem para reduzir os riscos. Evitar a automedicação e o uso desnecessário de antibióticos também são essenciais.”