Em busca de carreira sólida, jovens recorrem à fluência em inglês
Economia oscilante revela oportunidade de conquistar posições estratégicas
Você já considerou deixar o país em busca de oportunidades de trabalho no exterior? Conforme levantamento da Catho de 2015, os olhos de oito em cada dez (79,2%) brasileiros brilharam ao cogitar esta possibilidade. O momento político e econômico adverso enfrentado pelo país foi a principal justificativa dos entrevistados, que garantiram não hesitar diante da chance de consolidar uma carreira internacional. Em paralelo a este estudo e com base no total de Declarações de Saída Definitiva do país, a Receita Federal concluiu que a emigração qualificada teve acréscimo de 67% entre os anos de 2011 e 2015. De maneira geral, compõem esta estimativa famílias com certa estabilidade financeira e que almejam mais qualidade de vida.
Na contramão deste fenômeno de êxodo que se dissemina pelo país, há quem visualize na própria empresa onde atua a oportunidade de assumir posições estratégicas. Este é o caso da analista de comércio exterior, Cristina Lourenço, que, a fim de melhorar o desempenho na carreira, matriculou-se em um dos cursos ofertados pela Cultura Inglesa de Curitiba. “Apesar de possuir inglês avançado e cursos de business e de conversação no currículo, queria me expressar verbalmente de maneira mais sofisticada e sem a repetição dos bordões ensinados pela maioria das escolas. Outra necessidade era refinar a escrita para ser mais clara, direta e assertiva na comunicação diária”, prioriza.
Depois de um ano e meio de muito estudo e empenho, a analista comemora a segurança adquirida a partir da fluência e, por consequência, o diálogo igualitário que passou a estabelecer com pessoas habilidosas na língua. “Além disso, atividades que exigem profundo domínio do inglês têm sido delegadas a mim, o que também me proporcionou aumento de salário em um momento de crise no país”, completa. Mais do que atender às expectativas do presente, as motivações de Cristina em manter-se ativa no idioma ganham sustentação no futuro. “Pessoas que fazem mestrado e doutorado precisam produzir textos acadêmicos, mas nem sempre sabem trabalhar com as normas internacionais para esta produção. Eu poderia atuar neste sentido”, pontua.
Dominar o inglês também se revelou uma ferramenta decisiva para carreira da policial militar, Jocasta Ramos, que iniciou os estudos do idioma durante o período em que trabalhou na Cultura Inglesa. “Após ser aprovada no concurso da polícia militar, senti a necessidade de estar preparada para me comunicar de forma clara com os estrangeiros que visitam Curitiba”, explica. Munida deste conhecimento, ela projeta para o futuro a participação de programas da instituição fora do país e a obtenção de um certificado que a habilite a dar aulas para o curso de formação de novos policiais. “Ser qualificado e buscar aperfeiçoamento já era necessário para uma boa carreira e nestas condições econômicas, se faz ainda mais”, admite.
Geração Millennials busca idioma como ferramenta de diferenciação
Na visão do superintendente da Cultura Inglesa de Curitiba, André Rydygier de Ruediger, as histórias de Cristina e Jocasta ilustram uma faceta da geração millennials, nascidos depois da década de 80 e caracterizados pela sede de empreender e pela afinidade com a esfera digital. “O brasileiro, especialmente o jovem, quer conquistar o mundo e, galgar novos desafios, pressupõe um conhecimento avançado de inglês. A quem visa consolidar uma carreira internacional, sugerimos o curso Business English, que por meio do diálogo direcionado e em nível avançado, trabalha com tópicos relacionados ao universo dos negócios, como negociação e apresentação de produtos”, detalha.
Ele lembra que cada formato de curso é destinado a um perfil específico de aluno, sendo parte deste leque as aulas individuais e de conversação, os cursos regulares com ou sem foco em exames, e os preparatórios para o IELTS (International English Language Testing System). “A maioria dos jovens revela interesse nos certificados à nível internacional, por isso temos grande enfoque nos exames de Cambridge e no IELTS”, avalia.
Apesar da vastidão de opções de curso, permanece a dificuldade dos recrutadores em encontrar candidatos que atendam aos requisitos das empresas. Conforme o sênior manager de uma empresa de recrutamento, Humberto Wahrhaftig, 75% das demandas recebidas requerem níveis fluentes em inglês. “Por outro lado, apenas 20% das pessoas consideram ter um bom nível de inglês e conversam com mais profundidade”, compara. Para ilustrar tal disparidade, ele lembra o descuido dos candidatos ao especificar o conhecimento do idioma no currículo apesar de não conseguirem desenvolver uma conversa informal em inglês durante a entrevista. “Isto é uma falta grave”, alerta.
Por mais ínfimos que sejam os números de candidatos brasileiros fluentes no idioma, Wahrhaftig reconhece uma crescente busca por desenvolvimento para recolocação no mercado de trabalho. Neste sentido, ele destaca dois principais perfis despontando entre a geração dos millennials. “Nos últimos tempos, a linha hierárquica tem se dissolvido, ou seja, é mais permeável e há tanto quem queira seguir a carreira tradicional quanto os que desejam empreender. Em qualquer caso e seja este empreendedorismo na esfera digital ou não, o contato com clientes e fornecedores estrangeiros é essencial e exige, por isso, um nível avançado e fluente em inglês”, atrela.
Sobre a Cultura Inglesa de Curitiba
Há mais de sete décadas em território nacional, a Cultura Inglesa de Curitiba divide suas atividades em cinco unidades, sendo uma delas localizada em São José dos Pinhais. A renda obtida por cada unidade é revertida para melhorias dentro das próprias sedes, o que as caracteriza como entidades sem fins lucrativos. O compromisso em manter o alto nível de ensino do inglês britânico, além de aspectos culturais do país, é um dos pilares da escola, que busca respaldo na qualificação elevada do quadro de professores, constantemente desenvolvida por meio de workshops, seminários e treinamentos. O teor vanguardista da escola é ainda reforçado por parcerias com grandes entidades, como é o caso do apoio do British Council - organização britânica que promove oportunidades culturais e educacionais entre Brasil e Reino Unido.
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