Heroína – Alexandre Linhares apresenta nova coleção no Moda Documenta 2016
Apresentação na Casa Hoffmann utilizará a história do local para tecer reflexão sobre a memória
Nos dias 12, 13 e 14 de maio Curitiba recebe mais de uma centena de pesquisadores de moda e memória de todo o Brasil, além de participações internacionais para o Moda Documenta, evento que integra o Seminário e o Congresso Internacional de Memória, Design e Moda. Com caráter técnico-científico, o evento apresenta pesquisas realizadas por estudantes de graduação, pós-graduação, professores e profissionais de galerias de artes, bibliotecas, tecitecas e instituições museológicas, assumindo-se como um fórum permanente de pesquisa, conservação e memória, relacionados à moda e ao design. A curitibana Heroína – Alexandre Linhares apresenta sua 36.ª coleção na Casa Hoffmann, na sexta-feira, 13 de maio, integrando a grade oficial do Moda Documenta. A apresentação é restrita aos participantes do Moda Documenta.
Todo lançamento da Heroína – Alexandre Linhares é cercado de segredos, que são revelados apenas no momento da apresentação, e elementos que desconectam a marca e seus criadores do circuito de moda convencional. O trabalho é minucioso e artístico, trazendo temas que cutucam e provocam o espectador. A nova coleção é ambientada pela história da Casa Hoffmann e pela máxima da “era da imagem”, somadas às memórias de todos os tecidos e materiais que compõem cada peça de roupa. Após ser definida a data de 13 de maio (comemorada pela Heroína por ser o dia da abolição da escravatura), o criador aglutinou outra voz ao processo, o tema ganha corpo e a “memória”, tão recorrente ao longo de sua carreira, se faz mais uma vez presente.
A Heroína – Alexandre Linhares tem 9 anos de atividades em portas abertas, exposição na Bienal Internacional de Arte de Curitiba, participação em desfile no Mercedes-Benz Fashion Week, na Alemanha, figurinos para as cantoras Elza Soares e Letícia Sabatella, para o Grupo Fato e Pedro Luís (de Pedro Luis e a Parede), Jards Macalé e (os locais) Trombone de Frutas, Clarissa Bruns, Rogéria Holtz e Léo Fressato.
Para definir a marca é preciso percorrer suas linhas de atuação e criação que compreendem peças de roupa em plataformas audiovisuais, histórias e roteiros que costuram e confirmam a intenção por detrás de cada peça de roupa, figurinos para teatro, espetáculos musicais, cinema e performances, exposições da roupa ou de seus desdobramentos em galerias de arte.
Processos criativos iniciam-se com performances, como aconteceu em 2010 com “sim,sim,sim” em que o estilista permaneceu em pé por 12 horas, vestido de noiva, no cruzamento entre a Av. Visconde de Guarapuava com a Alferes Poli, incitando a entrega da mulher no casamento.
Desfiles como "última sessão", que tratou do descaso com a cultura local tendo como pano de fundo o fim dos cinemas de rua, e "à margem e à sombra", que falou da margem de uma sociedade e da sombra da moda, são exemplos das conexões e histórias que a Heroína tem contado ao longo dos anos.
2013 marca o primeiro trabalho concebido entre Alexandre Linhares e sua companheira Thifany F., “industrialização”, apresentado como meio do caminho de uma coleção chamada “quadrilátero do milho”, que envolve exposição, performance e desfile, discutindo o quanto a indústria engole o trabalho do artesão e traçando um paralelo com o alimento geneticamente modificado.
Em 2015, o início de “baunilha, memórias, blonde e uma bandeira cor-de-rosa” se deu através da ação de pintar um painel de 28m no Museu Oscar Niemeyer, no ID-Fashion. O tecido, depois de se libertar dos chassis, se fez roupa e tem o desfile projetado virtualmente na fachada da loja/ateliê Heroína.
Também no ano passado, a marca apresentou um espetáculo viabilizado por meio de financiamento coletivo para uma plateia de mais de 400 pessoas nas coxias do Teatro Guaíra. A coleção "muitas cáries numa Boca Maldita" foi inspirada na travesti Gilda, que viveu no centro da capital nos anos 70, e reuniu amigos e artistas comomodelos em um grande happening.
Heroína – Alexandre Linhares para Moda Documenta
13 de maio
20h30
Casa Hoffmann
Restrito a participantes credenciados do evento
Ficha técnica
Sapatos: Oficina da Gasp
Cabelo: Gabrielle Moura
Beleza: Aline Elena
Bolsas:Linina Bolsas e Luan Valloto
Joias: Letícia Utime - Joalheria Contemporânea e Joalheria Rodrigo Alarcón
Vídeo: Rafo Uniga
Fotos :Ana Momm/André Sanches/ Andrielly Suzani
Produção musical: César Munhoz
Assessoria de imprensa: Dani Brito Bureau de Comunicação
Sobre Heroína - Alexandre Linhares
Alexandre Linhares é formado em design de produto pela UFPR e especialista em ecodesign na escola Design ao Vivo, para a qual recebeu bolsa de estudos integral com um vídeo-poema sobre casca e embalagem. Assim, pode aprofundar seus estudos em reaproveitamento de resíduos da indústria têxtil, o qual vem colocando em prática há três coleções. Thifany F. é dedicada a estudos de comportamento e sociedade, através da filosofia Budista. O ateliê Heroína - Alexandre Linhares fica Alameda Prudente de Moraes, 445, Curitiba. Site www.h-al.com
Sobre o Moda Documenta
Objetiva propor e debater diretrizes para a implementação e disponibilização de acervos físicos e digitais. Busca promover reflexões que privilegiem os aspectos relativos à memória, à cultura material, à museologia e à moda. O evento contempla mesas redondas, conferências, palestras e reúne as sessões temáticas (artigos) e técnica (painéis digitais). O Seminário Moda Documenta foi idealizado por Kathia Castilho e Márcia Merlo no início de 2011, quando as pesquisadoras trabalhavam na criação do MIMo – Museu da Indumentária e da Moda. Como evento sistemático e frequente, o Seminário se apresenta como um fórum permanente de pesquisa, sobretudo no momento em que se integrou a ele o Congresso Internacional de Memória, Design e Moda, em 2014. O tema que norteará o Seminário Moda Documenta e o Congresso Internacional de Memória, Design e Moda em 2016 será “Moda e Memória, em todos os sentidos”.