Respostas na palma da mão
Nova plataforma de ensino aposta no interesse dos alunos pela tecnologia e adere ao uso de celulares como reforço nos estudos
A tecnologia está presente em nossas vidas, sempre inovando e isso é fato. Mas agora ela chegou com força nas salas de aula e promete mudanças nos hábitos de estudo, principalmente no “dever de casa”. Uma nova plataforma de ensino, que utiliza leitura de código digital (QR-Code) através de um aplicativo de celular, com respostas das questões mais importantes do ano, além de extras com comentários por áudio e vídeo dos professores, derruba qualquer desculpa por não ter reservado um tempo para estudar.
O novo modelo, desenvolvido pela Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino (IESDE), em parceria com o grupo Acesso, está sendo implantado com estudantes a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Os alunos, ainda na fase de adaptação do aplicativo, não têm dificuldade em utilizar. Afinal de contas, baixar aplicativos nos celulares não é mais novidade e os adolescentes dominam a arte. Pelo smartphone é possível ver em vídeos as explicações e tirar as dúvidas antes mesmo de voltar a sala de aula.
“Nunca imaginei que ia estudar assim, demora um pouco para se acostumar, mas a plataforma ajuda bastante o aluno. Se você pega um exercício que não entende, no método antigo, teria que esperar para perguntar para o professor. Agora você tem acesso na hora, economiza bastante tempo”, comenta o estudante Daniel Carminatti, de 16 anos.
O aluno, que mora com a mãe, conta que o pai também está presente nos resultados da escola e, com a novidade, eles acabaram se aproximando mais. Com o login e senha em mãos, o pai já se habitou a observar o desempenho dele pelo computador. “Nos vemos duas vezes por mês e, quando nos encontramos, ele pergunta de tudo. Acho que ele está entrando umas três ou quatro vezes por semana para ver meu rendimento e chama minha atenção quando não vou bem”, comenta Carminatti.
Angela Patricia Sell é uma mãe “antenada” e a plataforma foi uma grata surpresa. Mãe da Bárbara Victtória Bott, aluna do 9ºano, ela conta que tem acompanhado o desenvolvimento da filha. “Não tinha o costume de usar todos os recursos do aparelho celular e precisei da ajuda da Bárbara para me habituar. Hoje criamos um cronograma de estudos e entrar, pelo menos duas vezes por semana na plataforma, faz parte desse programa”, afirma.
Como o modelo disponibiliza relatórios e avisos que foram postadas novas atividades, Angela confirma essa proximidade dos pais com a escola. Para ela, o colégio acertou com a implantação da plataforma e usá-la é somente uma questão de hábito. “No começo pensei que a Bárbara não ia gostar da atividade extra, mas logo percebeu, vendo os resultados, que usar o sistema é um ganho. Vejo como uma extensão da sala de aula. Se na minha época tivéssemos algo parecido eu com certeza teria as melhores notas porque ajuda muito nos estudos”, completa Angela.
Giovani Lucas Miranda, professor de Biologia e orientador pedagógico do Colégio Acesso, conta que a plataforma também serve como um medidor do plano de ensino. “É possível ver o resultado das aulas em tempo real. Sabemos quando o aluno fez os exercícios propostos e se assistiram as videoaulas. Conseguimos visualizar até mesmo quem deu pausa ou avançou os vídeos”, explica.
Para adotar o sistema, os professores também passaram por treinamentos e até os mais conservadores aprovaram o modelo. Até porque também estarão sendo avaliados a partir desses resultados. “Se a turma inteira vai mal nas questões, é um indicador que o conteúdo daquele capítulo não foi suficiente. Assim nós, professores, conseguimos mudar o plano e reforçar os temas com maior dificuldade de aprendizado”, fala.
Sobre a pressão de estarem sendo monitorados 100%, os alunos não se intimidam. Alguns reclamaram um pouco no início com argumento de que era mais uma atividade fora da escola para fazer, mas a maioria aprovou a ideia porque entenderam que é um apoio importante. Os estudantes que ainda não se habituaram ao novo sistema, devem ficar atentos, e a dica do professor é: regularidade no acesso aos vídeos e na resolução dos exercícios. “É importante que os alunos acessem. Além do aparato que recebem por meio do aplicativo, estar em dia com as atividades vão somar pontos na nota final”, conclui Miranda.