Países como Dinamarca, Suécia e Groenlândia podem ter mais em comum do que aparentam, pelo menos, no que se refere a produtos eróticos. Segundo estudo da Voucher Cloud, são essas as três nações que lideram o topo de buscas por artigos de sex shop no Googl

 

 

 

 

Países como Dinamarca, Suécia e Groenlândia podem ter mais em comum do que aparentam, pelo menos, no que se refere a produtos eróticos

Segundo estudo da Voucher Cloud, são essas as três nações que lideram o topo de buscas por artigos de sex shop no Google

Os pesquisadores utilizaram 18 palavras-chaves, relacionadas a esse universo, cada uma com subdivisões entre si. Termos genéricos como vibrador, plug anal e "dildo" foram alguns dos utilizados. Para a análise, precisou-se da ajuda do Google Tradutor, a fim de aferir o número de buscas realizadas na língua nativa de cada país.

Então, chegou-se ao resultado inesperado. As duas nações europeias e o território norte-americano ganham de todos os outros países, incluindo, alguns que possuem uma imagem mais liberal e sexual - como Alemanha, França e Brasil, como citam os próprios pesquisadores.

Pesquisas por sex shops no mundo

A Dinamarca, líder do ranking, possui 118 buscas para cada mil usuários da internet. Já a Suécia e a Groelândia, seguem o país com 115 e 108 buscas por mil internautas, respectivamente. Isso significa que, dentre os citados, pesquisas no Google por brinquedos eróticos - seja anel vibratório ou pênis de borracha por exemplo - foram mais comuns do que no resto do mundo.

Os países que encabeçam a lista podem causar estranhamento em um primeiro momento. Porém, Dinamarca e Suécia também apresentam bom desempenho em outro ranking: o de igualdade de gênero.

As suecas estão em terceiro lugar na Global Gender Gap Report de 2018, enquanto as dinamarquesas ficaram com a 13ª posição, levando em conta 149 países. Este ranking coleta e analisa informações como igualdade salarial, nível educacional e representação política.

Inclusive, a Suécia foi considerada uma das nações mais feministas do mundo, com 46% de mulheres que se declaram apoiadoras do movimento, segundo a análise do YouGov-Cambridge de 2019.

Dessa forma, é possível perceber que países com mais direitos femininos tendem também a ser mais liberais no quesito sexual. Esse pode ser um dos motivos que explica o baixo desempenho brasileiro na lista de buscas por produtos eróticos, ocupando a 59ª posição.

Conservadorismo brasileiro é nítido

No Global Gender Gap, o Brasil deixa a desejar, figurando na 95ª colocação. De fato, ainda há muito preconceito em relação à sexualidade no país, sendo necessário um diálogo mais aberto em relação ao sexo, em geral.

De acordo com Geraldo Pacheco, sócio da sex shop Segredo Erótico, estrangeiros que visitam sua loja, localizada em Copacabana, no Rio de Janeiro, estranham o aspecto discreto e escuro, comum aos comércios do ramo. "Quase todos os visitantes de outros países perguntam por que nossa loja é tão 'escondida'. Acredito que a vergonha de entrar em um sex shop não faz sentido para a maioria dos países", afirma.

Entretanto, nos últimos anos, foi possível perceber um maior debate sobre sexo e sexualidade no Brasil. Aos poucos, a vergonha e o estigma parecem estar diminuindo. Junto a isso, há também a redução de preconceitos sobre sex shops, de maneira geral. "Há um longo caminho a percorrer, se compararmos a outros lugares do mundo, porém, é possível perceber que o cenário brasileiro está melhor do que era há sete anos, por exemplo", conclui o empresário.