Número de fusões e aquisições no primeiro semestre mantém ritmo de queda em relação a 2015, aponta relatório da PwC Brasil

Número de fusões e aquisições no primeiro semestre mantém ritmo de queda em relação a 2015, aponta relatório da PwC Brasil 

No período acumulado até o sétimo mês do ano, foram anunciadas 329 negociações, 28% inferior ao mesmo período do ano passado 

O número de fusões e aquisições realizadas no Brasil no primeiro semestre de 2016 segue contabilizando queda conforme relatório divulgado este mês pela PwC Brasil. Em relação ao mesmo período de 2015, a queda registrada foi de 28%, apenas um ponto percentual abaixo do apontado no relatório de junho. Em 2016, foram concretizadas 329 negociações contra 460 do ano anterior. Os dados mostram que o mercado voltou praticamente aos mesmos índices de 2009, período de crise econômica mundial, ano que teve apenas quatro negócios a menos no primeiro semestre.

Mesmo ainda com queda, percentualmente julho mostrou melhora quanto ao mês de junho, com volume 22% inferior no comparativo com o mesmo período do ano passado (42 transações em 2016 contra 72 em 2015). Em junho, este percentual foi 40% abaixo.

Julho foi melhor apenas que o mês de maio, quando se realizaram 41 negócios, o pior desempenho do ano.

O relatório ainda revela que a região Sudeste do Brasil continua atraindo a preferência de investidores, com 61% das transações, 220 no total do semestre. Foram concluídas, em julho, 18 transações envolvendo empresas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, redução de 55% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que contabilizou mais do que o dobro do volume, com 40 negociações. São Paulo mantém a liderança com 47%, representado por 155 transações (257 transações em 2015), sendo 127 transações na capital e 28 no interior do Estado.

Também conforme o documento, a Região Sul mantém o segundo posto em número de fusões e aquisições no Brasil, com 16%. Foram efetuadas 54 negociações, apenas 2% inferior ao mesmo período de 2015 (55 transações). Já as transações efetuadas fora do País representam 9% do total, com 29 no total.

Repetindo a tendência observada desde o inicio de 2014, o setor de Tecnologia da Informação continua sua consolidação, com uma fatia de 20% do total de transações. Foram realizados 61 negócios neste ano, 16% inferior ao apresentado em 2015 (76 transações). Os setores de Serviços Auxiliares (35 transações) e o Financeiro (31 transações) figuram entre o segundo e terceiro lugares, respectivamente, nas preferências dos investidores, mantendo seus percentuais de junho: 11% e 9% respectivamente. 

Investimentos nacionais se destacam 

Pela quinta vez em 2016, os investidores nacionais foram os que mais realizaram negócios de fusões e aquisições no País. Com 54% de participação nas transações concretizadas no até o mês de julho de 2016, os investimentos de origem nacional tiveram 161 transações, uma queda de 23% quando comparado ao mesmo período de 2015 (208 transações). Com 139 negociações, os investidores estrangeiros tiveram uma redução de 33% em relação ao mesmo período de 2015 (206 transações). Estados Unidos, França e Canadá foram responsáveis por 51% do total de transações envolvendo capital estrangeiro no período acumulado com 146 negócios de janeiro até agora. 

Destaques do primeiro semestre 

Entre as transações de destaque do primeiro semestre deste ano em cada um dos principais setores estão: 

TI - A Callisto e a VM System realizaram uma fusão, criando a Visto Sistemas, do segmento de softwares para gestão de cadeia;

A Viasoft realizou a compra da Korp, companhia de Curitiba especializada em software para o setor industrial.

Serviços auxiliares - O grupo Ghelfond realizou a aquisição do controle da concorrente Imedi Diagnósticos;

A empresa catarinense Selbetti, de gestão de documentos, realizou aquisição da carteira de contratos de outsourcing da Premier IT, sediada em Curitiba.

Financeiro - A BM&F BOVESPA realizou a compra de 2% da Bolsa de Comercio de Santiago, pelo valor de R$ 8,4 milhões;

A Azimut Brasil Wealth Management realizou a aquisição da BRZ Gestão de Patrimônio, controlada pela GP Investimentos, sem valores anunciados.

Químico - A Croda International realizou a aquisição da Inventiva Ltda, do setor de cosméticos e personal care, sediada em Porto Alegre, sem valores anunciados;

A Stepan Company, por meio de sua subsidiária brasileira, realizou a aquisição do negócio comercial da Tebras Tensoativos e a planta de produção de sulfonato sediada em São Paulo.

Mineração - A Statoil ASA realizou a aquisição de 66% da offshore BM-S-8, anteriormente da Petrobras, pelo valor de USD 2,5 bilhões, localizada em Carcará;

A companhia americana TriStar Gold realizou a aquisição do projeto Castelo dos Sonhos (CDS) no Pará, pelo valor de USD 800 mil.