Na luta contra o diabetes
Conhecer a doença, alimentar-se corretamente e praticar exercícios físicos regulares fazem a diferença
O diabetes é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Muita gente não dá a menor atenção ao tema, só se preocupando com o consumo de açúcar quando a doença é detectada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 16 milhões de pessoas convivem com a doença, sendo que 1/3 delas não sabe que a possui. Outros dados divulgados no começo do mês pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mostram que o diabetes mata 72 mil pessoas, com mais de 30 anos, por ano, no país. Além disso, cresce a presença nas mulheres neste último relatório, atingindo cerca de 8,8% do público feminino, contra 7,4% dos homens. Nesse cenário, o grande vilão é o excesso de peso que afeta 54,2% dos brasileiros.
Com números alarmantes, a doença já é a responsável por 6% das mortes no país. O excesso de açúcar no sangue é o responsável por mais de 100 mil mortes, por isso, a prevenção se torna ainda mais importante para combater a doença. Segundo a médica endocrinologista, Dra. Myrna Campagnoli, do Laboratório Frischmann Aisengart, um alerta sobre o estilo de vida se faz ainda mais importante. “Para prevenir o diabetes é preciso manter o peso e praticar atividade física, além de consumir alimentos integrais, verduras, frutas e legumes em quantidades adequadas”, orienta.
O diabetes do tipo 2, o tipo mais comum de diabetes, é uma doença não transmissível, mas também é um dos principais problemas de saúde pública na atualidade. “O paciente produz insulina, mas ela não consegue agir devido à obesidade, levando o aumento da glicose no sangue. Por ser uma doença silenciosa, na maioria das vezes, os pacientes permanecem, por muitos anos, sem um diagnóstico e tratamento. Por isso, o acompanhamento regular de um médico e a realização de exames frequentes também ajudam a prevenir a doença”, informa.
Por ser uma doença crônica metabólica, se não tratada, pode causar muitas complicações, como insuficiência renal, amputação de membros, cegueiras, doenças cardiovasculares, como o AVC e o infarto. Como prevenção, a orientação é controlar os níveis glicêmicos, praticando exercícios físicos, controlando a alimentação e buscar orientação médica frequente.
Conhecer um pouco mais sobre a doença também pode ajudar nessa batalha. Existem alguns outros tipos de diabetes, como o tipo 1, que é o insulinodependente. Nesse caso, os pacientes precisam fazer aplicação de injeções diárias de insulina, desde o diagnóstico, pois o corpo já não mais a produz nas quantidades necessárias. No diabetes tipo 2, o organismo produz insulina normalmente, porém o corpo se torna resistente à ação do hormônio e as taxas de açúcar no sangue se elevam. Esse tipo da doença atinge aproximadamente 90% dos diabéticos, e é neste tipo que está o mal silencioso.
As gestantes também precisam de acompanhamento especial, pois não é incomum que apresentem o diabetes gestacional. “Principalmente nos casos em que a gestante tem um aumento muito grande de peso o diabetes gestacional pode aparecer e requer muitos cuidados. O normal é que os níveis de glicose se regularizem após o parto, mas as mulheres precisam controlar as taxas, com exames frequentes, após a gestação”, diz a médica.
Para tratar o diabetes, o Ministério da Saúde oferece medicamentos de graça pelo programa Farmácia Popular. São seis medicamentos financiados pelo Ministério da Saúde e liberados nas farmácias credenciadas.