Infectologista tira dúvidas sobre a “Doença do Beijo”

Infectologista tira dúvidas sobre a “Doença do Beijo”

Transmitida pela saliva, mononucleose causa aumento nas amigdalas. 80% das pessoas cria imunidade a partir da forma assintomática da doença

Você já ouviu falar da “Doença do Beijo”? Causada pelo vírus EBV (Epstein-Barr Vírus), a mononucleose infecciosa é uma doença bastante comum entre a população adulta: cerca de 80% das pessoas já tiveram contato com a infecção, a maioria gerando imunidade sem desenvolver sintomas.

O infectologista Jaime Rocha, médico cooperado da Unimed Curitiba, esclarece outras dúvidas sobre a “Doença do Beijo”.

De onde veio esse nome?

A mononucleose infecciosa ficou conhecida como “doença do beijo” por dois motivos: o primeiro, mais lógico, pela transmissão pela saliva e gotículas, ou seja, contato por tosse, copo, talheres e beijo; o segundo, deve-se ao grande aumento no volume das amigdalas, quando uma quase encosta na outra, o que no inglês é conhecido como “kissing tonsils” ou “amigdalas que se beijam”.

É uma doença comum?

Extremamente comum! Estima-se que cerca de 80% a 90% da população adulta já foram infectados. A maioria das pessoas tem a forma assintomática: não dói, não coça, não arde e a pessoa gera imunidade.

Muitos de nós podem entrar em contato com esse vírus durante a juventude, podendo fazer quadros que imitam amigdalites, pelo fato das amigdalas aumentarem e terem pus. Quando o quadro se arrasta de forma prolongada, fica parecendo uma amigdalite resistente a tratamento.

Existe tratamento?

O EBV é um vírus pelo qual não existe nenhum tratamento especifico ou antiviral. Habitualmente, o quadro é benigno e autolimitado. Porém, pode se arrastar e, nesses casos, há alguns tratamentos orientados por especialistas.

Já foi desenvolvida alguma vacina?

Não há qualquer vacina específica para tratamento. A proteção é a única forma de prevenção. O contato com indivíduos doentes deve ser evitado, mas a maioria de nós é imune. Portanto, não isolamos os indivíduos até porque a maioria não se lembra de qualquer contato com alguém doente antes de apresentar a doença.