Imunoterapia é a nova arma no combate ao câncer

Imunoterapia é a nova arma no combate ao câncer

 Tratamentos personalizados aumentam resposta do paciente contra as células cancerígenas 

Pacientes diagnosticados com câncer, que frequentemente enfrentam a doença agressiva e com efeitos colaterais importantes secundários ao tratamento têm recebido avanços fundamentais no combate a doença. Quem enfrenta o mal de frente agora é a imunoterapia. O tratamento com novas drogas imunoterápicas aumenta a resposta do corpo contra as células cancerígenas, estimulando o sistema imunológico do paciente a combater o câncer. 

O coordenador da oncologia clínica do Centro de Oncologia do Paraná (COP), Denis Jardim, explica que a escolha pela imunoterapia permite o reconhecimento das células estranhas, com consequente eliminação pelo sistema imune. “O câncer é capaz de produzir uma série de fatores que atuam justamente reduzindo a capacidade de nossas células de defesa em reconhecê-lo e eliminá-lo, o que representa um dos principais mecanismos que leva à sua propagação. Novas pesquisas demonstraram que é preciso não somente tentar aumentar nossa resposta imune, mas também eliminar os “freios” que o câncer desenvolve sobre ela. Essa é a principal ação das novas drogas imunoterápicas sendo testadas para o tratamento dos mais diversos tipos de câncer, e que representa atualmente uma forma de tratamento promissora.”, cita. 

A imunoterapia integra uma série de avanços no combate ao câncer, onde o tratamento personalizado proporciona o direcionamento para alvos específicos. Para a oncologista clínica do Centro de Oncologia do Paraná, Débora Gagliato, as novas drogas imunoterápicas aliadas a medicina personalizada são uma realidade na batalha contra a doença e os resultados são promissores. “O investimento atual na Oncologia não é mais acrescentar drogas quimioterápicas aos tratamento atuais, as quais são potencialmente tóxicas e possivelmente não acrescentariam eficácia ao tratamento. As duas novas vertentes de tratamento são justamente a imunoterapia e a terapia personalizada, baseada em alterações específicas encontradas em cada tumor. A grande promessa é a de tratamentos mais eficazes e direcionados, poupando a paciente de tratamentos ineficazes que potencialmente poderiam apenas acarretar em efeitos colaterais”. 

Algumas das proteínas bloqueadoras da resposta imune foram identificadas (por exemplo, o CTLA-4 e o PD-1). Medicamentos capazes de eliminar os bloqueios já estão sendo testados, com resultados que impressionam. Dentre eles, o medicamento Ipilimumabe que é capaz de controlar por muito tempo melanomas metastáticos. 

Medicamentos semelhantes estão sendo testados com bastante sucesso para câncer de pulmão, rins e de bexiga. Recentemente, a agência americana aprovou drogas que bloqueiam a proteína PD-1 para tratamento de melanoma e câncer de pulmão avançado. 

Custo 

Cada dose do medicamento para imunoterapia que trata o melanoma, por exemplo, pode chegar a custar aproximadamente R$ 45.000,00 por mês. Denis Jardim explica a importância sobre o que se denomina valor em oncologia. “Sabemos que os custos do tratamentos estão cada vez mais elevados. Devemos colocar na balança fatores como melhora da qualidade de vida, redução dos sintomas relacionados à doença e ganho de sobrevida obtidos com o tratamento. Além disso, as agências reguladoras e indústria farmacêutica devem se alinhar para tentar buscar custos de tratamento mais acessíveis”, menciona.