"Financeiramente não vale a pena participar do Big Brother", alerta Educador Financeiro William Ribeiro

 

 

 

"Financeiramente não vale a pena participar do Big Brother", alerta Educador Financeiro William Ribeiro

Como uma verdadeira máquina de destruir reputações, em 2

021, o reality show se mostrou uma decisão financeiramente equivocada aos confinados, principalmente aos que possuem uma carreira consolidada já que o valor do prêmio não garante um futuro confortável

Com famosos e desentendimentos de tamanho proporcional ao ego de alguns confinados, o Big Brother Brasil conseguiu mais uma vez alcançar uma audiência gigantesca com uma fórmula que já tem 20 anos na TV. Com celebridades revelando seus mais básicos instintos humanos, um dos debates que o a 21ª edição do programa trouxe é entender se a exposição vale a pena pela chance de ganhar R$ 1,5 milhão. O educador financeiro William Ribeiro explica de forma simples porque o show de realidade é “uma verdadeira máquina de destruir reputações e inviável do ponto de vista financeiro”.

A avaliação de Ribeiro não leva em consideração questões de “lacração”, “cancelamentos”, valores intangíveis da imagem e o fator sorte de cair no gosto de um diretor de novela. Ele traz à tona o que realmente se reflete em números. “O BBB é uma furada não apenas para quem tem fama, mas para qualquer pessoa que tenha uma reputação a zelar, um equívoco tanto financeiro quanto de estratégia de vida”.

Rendimento abaixo da inflação

O educador financeiro usa o exemplo que impulsionou os questionamentos do tipo. “Especula-se que a Karol Conká tenha perdido cerca de R$ 5 milhões em contratos e, observando a rejeição do público e sendo a atual emparedada, dificilmente ela sairá de lá vencedora. Por aí, já nem precisaríamos de análises financeiras profundas e cálculos para avaliar que para ela não foi uma boa ideia”.

No entanto, Ribeiro mostra que para qualquer um deles a “bolada” não significa uma ascensão de classe social. E, pelo histórico de como os vencedores costumam se comportar como novos milionários, muitas vezes o pouco que se pode ganhar acaba sendo dissolvido em extravagâncias logo no primeiro ano.

“Para que pensa em investir todo o dinheiro, podemos fazer uma breve análise utilizando como exemplo um período de 12 meses. A taxa Selic atual é de 2% ao ano. Já, a inflação do último ano ficou em 4,56%. Isso significa que qualquer investimento de 100% do CDI, ou seja, 2%, vai render bem menos do que a própria inflação. O R$ 1,5 milhão terá uma queda considerável em seu poder de compra. E isso, ainda sem considerar que em alguns investimentos incide o imposto de renda”, alerta.
Tesouro Direto e Fundos Imobiliários são melhores opções.

Existem opções que podem recuperar a perda com a inflação, mas Ribeiro faz algumas ressalvas. “Títulos do Tesouro Direto são opções que têm rendimento superior, no entanto, nenhum deles tem prazo de resgate com período de apenas um ano, ou seja, o investidor não poderá mexer nesse dinheiro. As opções do mercado costumam ter prazos de 2 até 10, 20 anos. Apenas o Tesouro Selic é que pode ser sacado a qualquer momento”.

Dito isso, apenas para comparação, Ribeiro fez o cálculo de um possível rendimento no Tesouro Direto em 12 meses. “No Tesouro Prefixado, com taxa de 4,964% ao ano, o rendimento líquido seria de R$ 74.465,52 em um ano. Já no Tesouro IPCA+, com taxa de 5,710%, seria alcançado um rendimento líquido de R$ 85.654,62 ao ano”.

No entanto, isso não significa que esse rendimento líquido possa ser sacado e utilizado como renda, afinal, é preciso descontar a inflação para que o patrimônio não perca seu poder de compra ao longo do tempo. Sendo assim, no caso do Tesouro IPCA+, que apresenta um melhor resultado, o lucro real é de 1,10%. Isso significa que, em um ano, um campeão do BBB poderia retirar para uso o valor de R$ 16.500,00.

Se a decisão forem os Fundos Imobiliários (FIIs) com rendimento de 0,5% ao mês, a situação já tem uma boa melhora, podendo chegar a uma renda mensal de R$ 7.500,00. Contudo, Ribeiro faz mais um alerta. “Este é um valor previsto que enche os olhos, mas nos FIIs não existe garantia de nada, é um investimento de risco que o rendimento pode variar e nem sempre pode acompanhar a inflação”.

Sendo assim, o educador financeiro conclui que “não é possível parar de trabalhar com R$ 1,5 milhão. Claro que é um bom dinheiro, mas está longe de ser uma quantia que permita a alguém viver de investimentos e que valha a pena a perda de trabalhos e contratos como preveem os que analisam a situação de Karol Conká”.

Sobre William Ribeiro

William idealizou e se dedica ao Dinheiro Com Você, projeto que detém um dos maiores canais de Educação Financeira no Youtube em nosso país.

É Engenheiro da Computação pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas.

A experiência de 20 anos na condução dos negócios de suas empresas, proporcionou-lhe a Independência Financeira. Com este processo, veio também a percepção da enorme carência da maioria dos brasileiros sobre Finanças Pessoais, não só nos investimentos, mas sobre como ganhar e economizar dinheiro também.

Percebeu então que poderia levar estes conhecimentos adiante, ajudando mais pessoas a terem uma vida mais próspera. Atuar como um Educador Financeiro acabou se tornando o maior propósito da sua vida.

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