Escritor e ilustrador radicado em Curitiba é premiado no Jabuti 2016

Escritor e ilustrador radicado em Curitiba é premiado no Jabuti 2016

Rogério Coelho se destaca com a obra "O Barco dos Sonhos" 

A obra “O Barco dos Sonhos”, do paulista radicado em Curitiba, Rogério Coelho, é uma das premiadas no 58º Prêmio Jabuti, na categoria Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil. O livro, que em 2016 recebeu o troféu HQMIX para desenhista nacional, era uma das apostas da Editora Positivo ao título e ficou em primeiro lugar em sua categoria. Este é o segundo Jabuti do artista que já havia sido premiado em 2012. "O Barco dos Sonhos" concorreu também na categoria Infantil, ou seja - recebeu duas indicações em 2016.

O Ilustrador e quadrinista Rogério Coelho assinou mais de 100 livros de literatura infantojuvenil.  Além de ilustrar textos de autores renomados, também é autor dos livros "O gato e a árvore" e "O barco dos sonhos" e da Graphic MSP “Louco-Fuga” - também indicada ao Jabuti este ano. 

A Editora Positivo conversou com o autor sobre o Jabuti. Confira abaixo:

- Como é ter o trabalho selecionado para duas categorias do Prêmio Jabuti?

RC - É uma surpresa, e uma grande alegria. Considero que as indicações já sejam um prêmio, um reconhecimento ao trabalho que foi feito. É uma realização profissional importante e que traz uma necessidade de continuar fazendo cada vez melhor.

- Como é o seu projeto criativo?

RC - Não desenvolvo trabalhos pensando em prêmios. Não só “O Barco", mas nenhum trabalho eu faço pensando em prêmios ou reconhecimentos como esse. O trabalho deve vir da necessidade de expressar algo que seja importante pra mim e eu escolhi o livro como veículo para essas ideias. O prêmio é consequência desse processo e é algo cheio de variáveis impossíveis de serem previstas - por isso, não adianta gastar energia buscando soluções que tragam algo assim, deve ser algo que acontece naturalmente.

- Qual a sua expectativa para com este livro? 

RC - Minha expectativa é que ele chegue a um grande número de leitores, esse é o motivo do trabalho. Que eu possa repartir a minha visão e um pouco do meu universo criativo e convidar todos a participar dessa história junto comigo.

- Como foi a experiência de desenvolver este projeto? 

RC - O trabalho demorou sete anos para ficar pronto. Não que eu tenha passado todo esse tempo desenhando o livro - na verdade, ele teve outras versões e mudanças e em algum momento chegou a ficar em espera para que pudesse ser retomado. Foi um livro cuidado passo a passo, com reflexão e preocupação pelo resultado final. Aprendi muito durante esse tempo e acredito que foi o melhor para ele ter demorado tanto. Não é algo que deve acontecer sempre; eu vivo e trabalho com isso, mas esse é um livro fora de um processo normal. Precisei esperar um tempo até que me sentisse capaz de terminá-lo da maneira que imaginava.

- Como é trabalhar com livro infantil/juvenil? De onde surgem as suas inspirações?

RC - Trabalho com o que fiz minha vida toda, que é desenhar. Desenho todo dia - e isso é algo que eu amo fazer. Me sinto um privilegiado por poder fazer isso e procuro tratar com muito cuidado e respeito. As inspirações surgem de tudo - não sei ao certo como isso acontece, não tenho um processo criativo regular. O que eu faço é ler muito, me "alimentar" com todo material criativo que eu tenha acesso, estar atento à maneira como me sinto e reajo ao tentar compreender a minha vida e o que acontece ao redor.

Eu anoto muitas coisas, mesmo que não tenham sentido no momento em que surgem na minha cabeça; procuro desenhar todas as imagens que penso e mexem comigo de alguma forma. Assim, nem sempre preciso ficar refém da inspiração, de algo pontual; consigo desenvolver um processo contínuo de buscas e soluções criativas.