Embalagem com atmosfera modificada amplia conservação dos alimentos

Embalagem com atmosfera modificada amplia conservação dos alimentos

Tecnologia foi desenvolvida no Brasil pela Jasmine Alimentos, preservando características sensoriais do produto, como odor, sabor e textura, com segurança e qualidade

Os conservantes são substâncias químicas, naturais ou sintéticas adicionadas aos alimentos para preservar suas características e aumentar o tempo de vida útil. Contudo, dependendo das substâncias utilizadas, os conservantes podem trazer prejuízos à saúde, além de modificar aspectos dos alimentos. Mesmo com os conservantes, alguns alimentos como pães e bolos, registram altas taxas de desperdícios.

Pensando na qualidade e na ampliação da vida útil dos produtos, a Jasmine Alimentos - empresa especializada em alimentos saudáveis - foi pioneira ao introduzir no Brasil uma planta dedicada para a produção de pães e bolos sem glúten, que conta com a tecnologia de atmosfera modificada nas embalagens. “Já usávamos essa inovação na nossa matriz, na França. Trouxemos o know how francês e adaptamos ao que tínhamos disponível no Brasil, em termos de equipamentos e ingredientes, desenvolvendo a primeira planta dedicada para a produção de pães e bolos sem glúten - e ainda com o uso de embalagens com atmosfera modificada”, afirma a engenheira de processos da Jasmine, Mariane Bento.

Desde 2015, quando o projeto começou a ser desenhado, a empresa investiu cerca de R$ 8 milhões para criar e produzir a linha de pães e bolos sem glúten, com a tecnologia inovadora. Segundo Mariane, o processo garante vida longa aos alimentos, com validade de seis meses, conservando suas características sensoriais, como odor, sabor, textura e aspecto. “Utilizamos uma embalagem termoformada de alta barreira, para garantir que não ocorra troca de gases de dentro da embalagem com o ambiente externo. Embalar um produto em atmosfera modificada significa substituir a atmosfera natural existente na embalagem por uma mistura de gases, que garantem vida longa ao alimento, conservando suas características sensoriais com segurança e qualidade”, explica a engenheira.

Antes de chegar às gôndolas dos supermercados, a especialista em assuntos regulatórios da Jasmine, Fabiane Costacurta, garante que há um processo de controle rigoroso para assegurar a qualidade dos produtos. “A nova solução aumenta não somente a proteção química, mas também a proteção física do pão. O seu manuseio requer menos cuidados que o tradicional pão de forma em sacos de polietileno e assim reduz também as perdas logísticas. Trabalhamos com uma tecnologia para comprovar a ausência de danos na embalagem, para garantir a segurança efetiva do produto e os benefícios para o consumidor”, comenta.

A inovação na produção dos pães fatiados sem glúten chegou aos supermercados em 2016. Em 2017, a Jasmine Alimentos criou tamanhos diferentes de embalagens, para se adequar às variadas demandas dos consumidores e assim reduzir ainda mais o desperdício de alimentos. Em 2018, a marca lançou bolos sem glúten a partir da mesma tecnologia, com os sabores "chocolate com gotas" e "laranja com chia". No mesmo ano, a empresa investiu nos pães de hambúrguer australiano e tradicional, para atender à demanda de consumidores que buscam alimentos sem glúten. Em 2020, a Jasmine Alimentos está lançando dois novos sabores de pães fatiados sem glúten - pão com coco e pão com chia e ervas finas - ampliando a linha que já corresponde a 12% do faturamento da empresa.