Em busca do Rio Belém

Em busca do Rio Belém 

Site proporciona contato com histórias e imagens das águas que passam “por baixo” de Curitiba

Retomar o contato com o Rio Belém e lembrar a importância histórica que ele já teve para a cidade. Este é o objetivo do projeto “Paisagens do Rio Belém”, realizado em Curitiba. Por meio de um site intuitivo, e de breves documentários e fotos de arquivo, o público terá acesso a histórias afetivas do Rio Belém, sabendo como ele foi importante na época da colonização de Curitiba e como está praticamente esquecido, atualmente. O trabalho, realizado pela fotógrafa e cineasta Edna Froes e pelo historiador e documentarista Erik Tavernaro, pode ser conferido gratuitamente no site www.paisagensdoriobelem.com.br. 

Na época da fundação da cidade, o Rio Belém definiu o traçado urbano da capital paranaense. Em meados do século 20, na medida em que Curitiba crescia, ele foi considerado um problema ambiental na política de planejamento urbano. As ruas e construções avançaram sobre a sua várzea e as margens do rio foram canalizadas, a fim de viabilizar a ocupação do espaço. Apesar das tentativas de recuperá-lo, atualmente o Rio Belém é considerado um “rio morto”, presente no imaginário curitibano como uma via por onde corre esgoto e outros resíduos sólidos. 

No site Paisagens do Rio Belém, o público pode percorrer a trajetória das águas em um mapa da cidade de Curitiba. Em diversos pontos ao longo do trajeto, as pessoas podem visualizar os documentários e antigas fotografias que narram o processo de transformação do rio. 

Considerado um rio genuinamente curitibano, o Belém nasce no bairro Cachoeira (zona norte da cidade) e deságua nas cavas do Rio Iguaçu, no bairro Boqueirão (zona sul), após percorrer 17 quilômetros de extensão. A bacia do rio contempla uma área de 87,8 quilômetros quadrados, o que corresponde a aproximadamente 20% da área total do município.  

Apesar dos esforços em incorporar o Rio Belém na paisagem urbana de Curitiba, por meio da criação de parques e bosques por onde o rio flui - Passeio Público, o Parque São Lourenço, o Bosque do Papa, o Parque Iguaçu e o Parque Nascente do Belém -, diariamente as águas do rio recebem toneladas de esgoto domiciliar e industrial. Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), cerca de 20% dos quase 143 mil domicílios da bacia do Rio Belém apresentam irregularidades na rede interna de esgoto, conferindo a ele o maior índice de poluição hídrica entre os rios que banham Curitiba. 

“Acreditamos que, para além das políticas de limpeza e despoluição do Belém, é necessário reintegrá-lo à paisagem e ao imaginário local, apresentando o passado do rio e a importância dele para a geografia, desde os tempos remotos, quando Curitiba foi fundada”, explica um dos idealizadores do projeto, Erik Tavernaro.  

Conheça o trabalho Paisagens do Rio Belém no site www.paisagensdoriobelem.com.br