Diagnóstico precoce e tratamento correto são fundamentais para combater a Fibrose Cística
5 de setembro é o Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da doença
A Fibrose Cística, também conhecida como Doença do Beijo Salgado ou Mucoviscidose, é uma doença genética, ainda sem cura, mas que se diagnosticada precocemente e tratada de maneira adequada, pode garantir mais qualidade de vida aos pacientes.
A doença afeta principalmente os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. “A fibrose cística atinge normalmente as crianças. Um gene defeituoso e a proteína produzida por ele fazem com que o corpo produza muco de 30 a 60 vezes mais espesso que o normal. Esse muco leva ao acúmulo de bactéria e germes nas vias respiratórias, podendo causar inchaço, inflamações e infecções como pneumonia e bronquite, gerando danos aos pulmões”, explica o médico Ruy Fernando, cirurgião torácico do Hospital Angelina Caron.
O médico explica que esse muco também pode bloquear o trato digestório e o pâncreas, o que impede que enzimas digestivas cheguem ao intestino. O corpo precisa dessas enzimas para digerir e aproveitar os nutrientes dos alimentos, o que é essencial para o desenvolvimento e saúde do ser humano. “Pacientes com fibrose cística frequentemente precisam repor essas enzimas por meio de medicamentos tomados com as refeições, como forma de auxílio na digestão e nutrição apropriadas.”
Sintomas:
- Pele de sabor muito salgado;
- Tosse persistente, muitas vezes com catarro;
- Infecções pulmonares frequentes, como pneumonia e bronquite;
- Chiados no peito, ou falta de fôlego;
- Baixo crescimento ou ganho de peso, apesar de bom apetite;
- Fezes volumosas e gordurosas, e dificuldade no movimento intestinal (poucas idas ao banheiro);
- Surgimento de pólipos nasais.
Diagnóstico:
Teste do Pezinho – Teste simples, realizado em recém-nascidos, com o objetivo de detectar precocemente doenças infecciosas, metabólicas e genéticas, entre elas a fibrose cística. O Teste do Pezinho não é um diagnóstico definitivo, mas indicador da presença do gene defeituoso. Em caso de resultado positivo, outros exames devem ser realizados para confirmação da doença.
Teste do Suor – Teste indolor que mede a concentração de sódio (sal) e cloro no suor do indivíduo. Pode ser realizado em recém-nascidos a partir de 48 horas de vida e o tempo de coleta não é superior a 30 minutos.
DNA – O exame de DNA detecta se o indivíduo é portador do gene defeituoso, que, associado aos sintomas, indica se ele desenvolveu a doença ou se poderá transmiti-la geneticamente aos seus filhos.
Tratamento:
· Portadores da doença devem seguir uma rotina regular de tratamento para permanecer saudável e manter uma boa função pulmonar.
· O tratamento leva em conta a idade e grau de evolução da doença no paciente. O foco é a manutenção da nutrição para ganho de peso e crescimento adequados, prevenção e tratamento de infecções no sistema respiratório e digestório e estimulação de atividades físicas.
· O tratamento atual é feito principalmente com antibióticos direcionados a doenças pulmonares e pancreáticas e a supressão das deficiências nutricionais.
· Os pacientes devem receber complementos das vitaminas A, D e E, e a vitamina K deve ser administrada durante tratamentos prolongados com antibióticos.
· Em crianças, além da imunização habitual, são prescritas vacinas anti-haemophilus, vírus Influenza e hepatite B.
· É preciso estar atento à presença de anemia e na necessidade de reposição de zinco nas crianças com má nutrição proteica.
Sobre o Hospital Angelina Caron
O Hospital Angelina Caron está localizado na cidade de Campina Grande do Sul, na Grande Curitiba (PR). De caráter eminentemente social, o local é um centro médico-hospitalar de referência no Sul do País e um dos maiores parceiros do Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná. Recebe, anualmente, mais de 350 mil pacientes de todo o país, dos quais 95% pertencem ao SUS. Atua em todas as vertentes da medicina e é um centro tradicional de fomento ao ensino e à pesquisa. O setor de transplantes é um dos mais destacados, reconhecido internacionalmente, com cerca de 250 procedimentos por ano nas áreas hepática, renal, reno-pancreática, cardíaca e de tecidos corneanos. Mais informações no sitehttp://www.hospitalangelinacaron.com.br/