Crianças ativas se saem melhor na escola

Crianças ativas se saem melhor na escola 

A criança chega da escola, se joga no sofá e fica a tarde toda no computador, smartphone, tablet ou videogame. Uma cena clássica vivenciada diariamente por muitas famílias. Os novos aparelhos eletrônicos passaram a dominar a vida dos pequenos. Um relatório divulgado pela agência britânica Public Health England indicou que crianças que passam mais de quatro horas conectadas diariamente são mais propensas a desenvolverem problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e baixa autoestima. Outro estudo, publicado no jornal inglês Sports Medicine, apontou que crianças sedentárias, que passam muito tempo dentro de casa, podem apresentar baixo rendimento escolar. "Hoje é muito comum nos depararmos com jovens conectados a celulares ou outros dispositivos, revelando pouco interesse em desligarem-se. A família e a escola precisam oferecer oportunidades para que eles vivenciem novas experiências", explica a psicopedagoga Esther Cristina Pereira, diretora da Escola Atuação.

Por muito tempo, a educação formal ficou restrita ao conteúdo pedagógico, visando apenas o desenvolvimento de habilidades acadêmicas. Hoje, é cada vez maior o número de escolas que investem em atividades culturais, artísticas e esportivas que não necessariamente façam parte do currículo, mas que agregam criatividade,  ludicidade e novas competências ao processo de aprendizagem. Na Atuação, atividades como capoeira, teatro, música, culinária, futsal e dança fazem parte da vivência de todos os alunos. "É uma oportunidade para aprimorar o desenvolvimento e o crescimento pessoal e intelectual das crianças. Educar vai muito além de ensinar as disciplinas formais, é também transmitir valores e princípios em sua totalidade. Por isso, a escola deve funcionar como um espaço onde os alunos podem ampliar uma série de habilidades e competências", revela Esther.

Importantes para desenvolver a consciência corporal, as atividades físicas ainda exercem um papel fundamental no processo de aprendizagem dos pequenos - isso porque o esporte agrega valores, como respeito, trabalho em equipe, honestidade, além da disciplina.

A instituição também trabalha com o resgate de brincadeiras antigas, como amarelinha, pula corda, bolinha de gude, esconde-esconde, bambolê, adoleta, ioiô, ciranda, bambolê, botão, caçador, peteca, pipa e pega-pega, que muitas vezes perdem espaço para as encantadoras telas de celulares, tablets, TVs e computadores. "Elas não só proporcionam diversão e bons momentos. É através do brincar que a criança faz ensaios para a vida adulta, criando para si autonomia para tomar decisões e resolver conflitos. É no brincar que a criança reproduz sua vida, seu dia a dia, vivendo nos jogos e brincadeiras seu mundo de fantasia, de imaginação", comenta a psicopedagoga.