Cerveja também é coisa de mulher
Muitos ainda teimam em afirmar que cerveja não é coisa de mulher. Mas hoje elas já não são mais meros coadjuvantes neste universo até então masculino. Para a empresária Suelen Presser, tudo começou como um hobby. "Em 2007, meu marido começou a 'brincar' de fazer cerveja na panela. No início, eu ajudava a limpar o que ele sujava, pois até então só gostava de beber vinho. Depois que as produções começaram a dar certo, fui me apaixonando pelas cervejas e comecei a ajudá-lo na produção", explica. Posteriormente, a paixão também virou negócio - em 2009, o casal abriu a Cervejaria Klein, hoje considerada uma das principais do país. Neste mês, os empresários ainda inauguraram a Klein Brewhouse - misto de bar, restaurante e espaço para eventos que aposta na boa gastronomia e em cervejas artesanais paranaenses.
Suelen então deixou de lado seu trabalho e passou a se dedicar exclusivamente a cervejaria. Hoje, aos 32 anos, é a beer sommelier e chef de cozinha quem explica os processos de fabricação e como harmonizar cada rótulo. "Não tenho formação de cervejeira, mas fiz vários cursos de produção de cerveja e minha atuação na Klein me tornou uma especialista. Cerveja é minha paixão", revela Suelen.
Desde os primórdios, as mulheres eram as responsáveis pela produção da cerveja. Como os ingredientes da bebida eram os mesmos do pão, a tarefa ficava à cargo delas. "Podemos então dizer que o que acontece hoje é uma volta às origens. Mas infelizmente ainda somos vítimas de preconceito, pois muitos ainda vinculam o consumo e as profissões relacionadas à cerveja exclusivamente aos homens".
Para incentivar outras mulheres a adentrarem neste universo, em 2015 Suelen desenvolveu um rótulo especial para o público feminino. Feita com malte de centeio e de chocolate belga, a Estivadora possui aroma e sabor que lembram chocolate e toffee. "Ela é escura, rica em vitamina B12, de corpo médio/alto, o que a torna complexa e aromática, e as mulheres apreciam muito"