Bactérias: elas estão por toda a parte

Bactérias: elas estão por toda a parte 

Ligações, e-mails, mensagens, redes sociais, internet, agenda e muito mais. Eles se tornaram um item indispensável para a vida moderna. Tanto que, no Brasil, já são mais de 250 milhões de telefones celulares ativos, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O que poucos desconfiam é que, além de dados e informações, eles carregam também muitas bactérias.

Um estudo realizado pela Universidade do Arizona mostrou que celulares têm 10 vezes mais bactérias que provocam náusea e problemas estomacais do que as privadas. O especialista em microbiologia e responsável pela pesquisa, Charles Gerba, afirma que a aglomeração de bactérias acontece porque os telefones ficam muito próximos da boca e em contato direto com as mãos. Para piorar, os usuários teriam medo de limpar seus telefones por serem aparelhos eletrônicos. 

O risco para a saúde depende do tipo de bactéria encontrada. "Algumas estão não só nos aparelhos, mas no corpo todo e são inofensivas, mas coliformes fecais e estafilococos preocupam", explica o bioquímico especialista em bacteriologia e responsável técnico do Lanac  - Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski. Para não correr o risco, o ideal é higienizar o aparelho diariamente. E, para não danificá-lo, basta seguir as instruções de limpeza do fabricante. 

No ônibus

Quem utiliza o transporte coletivo também está mais suscetível a desenvolver infecções causadas por bactérias e vírus. A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, que estudaram a relação entre o transporte público e o risco de infecções respiratórias, como resfriados e gripes. Publicado na revista científica Journal BMC Infectious Diseases, o estudo avaliou 138 pessoas entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Entre os participantes, 72 estavam com infecções respiratórias.

De acordo com Kozlowski, colocar as mãos no nariz ou na boca após tocar o corrimão, bancos ou barras do ônibus, que podem estar contaminadas, é uma das principais causas das infecções. O segundo fator que expõe o usuário a contaminações no transporte público são as janelas fechadas dos veículos. “O ambiente fechado propicia que os agentes infecciosos circulem por mais tempo dentro do meio de transporte, aumentando o risco de transmissão aérea de vírus e bactérias”. 

Prevenção

Além dos exemplos citados acima, o teclado e o mouse de computadores, dinheiro e cartões magnéticos também são fontes de muitas bactérias. Por isso, a melhor forma de prevenção é manter sempre bons hábitos de higiene, a começar pelas mãos - elas devem ser lavadas com água e sabão ou limpas com álcool 70% e não devem ser levadas à boca ou ao nariz. "O problema não está nos objetos, mas sim nos hábitos de higiene de grande parte da população", conta o bioquímico. Além disso, se a pessoa estiver resfriada ou gripada, a dica é carregar um lenço descartável para usar em caso de tosses e espirros.