AsBEA-PR defende flexibilidade na Lei de Zoneamento

AsBEA-PR defende flexibilidade na Lei de Zoneamento

Associação sugere mudança sobre a nova organização urbana de Curitiba 

O zoneamento de uma cidade divide o território em setores de uso e ocupação do solo. Para garantir a melhor utilização dos espaços, as categorias são definidas de acordo com a infraestrutura, a topografia e o sistema viário de cada região. Em Curitiba, as zonas residenciais estão categorizadas em ZR1, onde são permitidas somente residências; ZR2, que permite prédios de até três pavimentos e comércios de baixa participação externa, ou seja, como escritórios ou espaços que não tenham grande circulação de pessoas; ZR3, com prédios de quatro pavimentos e comércio de vizinhança; e ZR4, com edifícios de até oito andares.

O novo Plano Diretor da capital paranaense foi sancionado pelo prefeito Gustavo Fruet no final de 2015. Entre as novas diretrizes para os próximos dez anos estão a mobilidade, o transporte, o adensamento (que ocorre com a permissão para construção de edificações mais altas, aumentando a densidade da população em uma mesma área) e o zoneamento urbano. De acordo com o arquiteto e vice-presidente de relações institucionais da AsBEA-PR (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura do Paraná), Adolfo Sakaguti, há muito tempo a entidade reivindica as revisões de zoneamento para flexibilizar a liberação de áreas comerciais em várias regiões da capital paranaense. “O objetivo é promover a cidade ao patamar de incentivadora de negócios, onde há uma facilidade maior para se projetar casas, prédios de apartamentos e escritórios, tirando a ideia de cidade dormitório”, comenta.

A dinâmica da cidade depende de outras atividades além da moradia, como construção de escolas, hospitais e comércios. Muitas atividades são limitadas a construções de 100 até 400 metros quadrados dentro de terrenos que não estejam localizados nas Vias Coletoras ou Setoriais, que são as principais avenidas. “O sistema é focado apenas no fluxo de carros, mas não no mercado formado em torno daquela via, acarretando um desequilíbrio e gerando especulação imobiliária, que muitas vezes inviabiliza novos negócios e desacelera a economia local”, explica o arquiteto e presidente da AsBEA-PR, Keiro Yamawaki.

De acordo com Yamawaki, grandes cidades como Londres e Paris não possuem limitações tão restritas de áreas. O zoneamento mais flexível permite que o núcleo urbano cresça de forma mais orgânica, desenvolvendo-se de acordo com a demanda da população. “Nesta fase de regulamentação do Plano Diretor, devemos olhar a cidade como um todo e identificar as necessidades não só do centro, mas de todos os bairros, promovendo os comércios locais, reduzindo os deslocamentos das pessoas e indo ao encontro das premissas estabelecidas na revisão do documento”, finaliza Adolfo Sakaguti. A AsBEA-PR está aberta para contribuir com novas sugestões e melhorias no Plano Diretor de Curitiba. 

Sobre a AsBEA-PR

A AsBEA-PR conta com 70 escritórios associados e busca contribuir para o desenvolvimento contínuo da arquitetura, sua valorização, respeito e reconhecimento no país, um tripé que sustenta suas atividades e orienta seus objetivos. A instituição atua sempre à frente da classe em parceria com órgãos públicos, instituições privadas e públicas e universidades locais. Os escritórios associados representam mais de 70% do volume de projetos para a construção civil em Curitiba (PR) e é a segunda maior representação da entidade no Brasil. 

AsBEA-PR (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura do Paraná)

Av. Cândido de Abreu, 427, conjunto 307-A   

www.asbea-pr.org.br