Apresentações de música clássica exigem peculiaridades de comportamento do público

Apresentações de música clássica exigem peculiaridades de comportamento do público 

Celular tocando alto, tosses, conversas, espirros e aplausos em momentos inadequados. Esses são alguns dos exemplos de gafes que as plateias cometem em shows, concertos e óperas. “As gafes existem porque há falta de informação. Mas isso é algo fácil de contornar”, afirma Liana Justus, professora de Formação de Plateias da Universidade Positivo (UP) e coautora de 11 livros sobre o tema.

Quando uma orquestra está tocando, a interação entre os instrumentos é cheia de detalhes. Por isso, a plateia deve acompanhar todos os movimentos para ter bom aproveitamento do espetáculo. “Todas as conversas musicais são coordenadas e dirigidas pelo maestro. Observar esse comando e prestar atenção em silêncio faz com que os detalhes sejam ainda mais interessantes. A concentração nos leva a apreciar e absorver mais a música”, explica Liana. “A música clássica envolve dois universos fantásticos: o sinfônico – instrumentos musicais e a ópera – as vozes. Cada um desses universos possui etiquetas de comportamento próprias”, completa.

A etiqueta é mais exigida em concertos de música clássica, orquestras e óperas do que em shows comuns e, mesmo com o público sendo mais enxuto em espetáculos mais formais, há uma procura grande por esse tipo de entretenimento. Com 22 anos acompanhando esse universo musical, Liana Justus percebe a mudança: “a música clássica está tendo um progresso e desenvolvimento incríveis. Os teatros estão sempre cheios, um público jovem está frequentando-os de forma assídua”, diz.

Curitiba é um bom exemplo para isso. A Orquestra Sinfônica tem prestígio nacional e faz apresentações regulares no Teatro Guaíra. “Temos também a Camerata Antiqua, com sede própria na Capela Santa Maria, com concertos regulares e sempre lotados; temos dois teatros na Universidade Positivo, com apresentações internacionais de orquestras e cantores líricos. Além disso, ainda temos uma variedade de apresentações em museus e casas de cultura. Curitiba é uma cidade que oferece uma vida cultural bem intensa”, observa a musicista.

Segundo Liana, as peculiaridades de uma plateia de música clássica estão no fato de que o público tem que estar sintonizado com o que ocorre no palco, ligado na atuação do maestro, nos diálogos musicais entre os instrumentos e nos solos. “No caso da ópera, conhecer a história que está sendo contada, perceber nos duetos quando os artistas cantam músicas e textos diferentes, simultaneamente. Dessa maneira, a concentração e atenção vêm de forma natural. Para isso, são necessárias informações culturais que ajudam muito”, detalha. Ainda segundo a especialista, é nítida a conscientização do público brasileiro nas plateias pelo país, que se deve ao aumento de interesse sobre o assunto.

O curso de Formação de Plateia é oferecido pela UP Maturidade, no câmpus Praça Osório, em Curitiba. Segundo Liana, o programa desenvolve a concentração, a memória e o raciocínio, além de motivar os participantes a assistir a concertos e desfrutar do que a cidade oferece de melhor em artes musicais. “O convívio constante com a música também proporciona sintonia com uma variedade de sentimentos e emoções, de maneira natural e espontânea, como energia, alegria e aumento da autoestima”, completa. Mais informações e inscrições pelo telefone (41) 3068-7800.