Após 20 anos, queixadas são encontrados no Parque Nacional do Iguaçu
Câmeras espalhadas pelo Parque Nacional do Iguaçu, no oeste do Paraná, registraram imagens de queixadas (Tayassu pecari) – animais também conhecidos como porcos-do-mato – que não apareciam na região há mais de duas décadas. A descoberta surpreendeu os pesquisadores de um projeto que monitora a fauna do parque, apoiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Segundo Carlos Rodrigo Brocardo, pesquisador do projeto e associado do Instituto Neotropical Pesquisa e Conservação, o desaparecimento do queixada no Parque Nacional do Iguaçu chegou a ser reportado em diversos trabalhos internacionais.
Originários das florestas tropicais das Américas, os queixadas correm risco de extinção em virtude, principalmente, da caça predatória e da destruição de habitat. Atualmente, estão extintos em El Salvador e considera-se que cinquenta por cento da sua área de distribuição possuí poucas chances de sobreviver em longo prazo. No Brasil, são considerados vulneráveis à extinção em todos os biomas do País, contudo, sendo raros em alguns, como é o caso da Mata Atlântica. Como se alimentam de frutos e vegetais, esses animais destacam-se pela sua contribuição na dispersão de sementes e por controlar o crescimento de plântulas, o que favorece a diversidade florestal.
Mais de 30 câmaras flagram presença de animais no Iguaçu.
O projeto que identificou a presença de queixadas no Parque Nacional do Iguaçu é o “Mamíferos como indicadores da saúde do ecossistema Floresta com Araucárias”, desenvolvido pelo Instituto Neotropical Pesquisa e Conservação, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
“A ocorrência de animais ameaçados de extinção em unidades de conservação pode ser um sinal de que o ecossistema está bem protegido; por isso apoiamos esse projeto que analisa a presença dessas espécies dentro do Parque Nacional do Iguaçu, para identificar o nível de ameaça e, posteriormente, criar um plano de ação para conservá-las”, explica a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes.
Segundo o pesquisador Carlos, desde março deste ano, 30 câmeras foram instaladas em vários pontos estratégicos do Parque Nacional do Iguaçu. Diferentes espécies já foram flagradas, como onça-pintada (Panthera onca), cutia (Dasyprocta azarae), tamanduá-bandeira(Myrmecophaga tridactyla) e anta (Tapirus terrestris).
Sobre a Fundação Grupo Boticário: a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.486 projetos de 492 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.